Após a eleição de Lula, Buenos Aires poderá relançar o eixo Brasil-Argentina
Na Argentina, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do Brasil foi saudada como uma vitória pela coalizão governista peronista. Em um momento de baixa aprovação interna e a cerca de um ano de suas próprias eleições, o executivo tenta relançar o eixo Brasil-Argentina e busca o apoio do novo presidente brasileiro para o pleito do próximo ano. Lula almoçou com o presidente Alberto Fernández, na segunda-feira (31).
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Com informações do correspondente da RFI em Buenos Aires, Jean-Louis Buchet
O governo argentino tenta capitalizar sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno presidencial do Brasil, ocorrido no domingo (30). O argentino Alberto Fernández foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a ver Lula após a eleição. O vencedor aguardava o amigo, que o havia visitado na prisão, atraindo a ira do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que denunciou o conluio entre o ex-líder brasileiro condenado por corrupção e o então candidato à presidência argentino , descrito como "populista" e até mesmo "comunista".
Lula também saudou a vice-presidente argentina Cristina Kirchner com um boné marcado CFK 2023 – uma forma de apoiar uma possível candidatura da ex-presidente nas eleições do ano que vem.
Durante as duas presidências anteriores de Lula, quando Néstor Kirchner, e depois sua viúva Cristina, estavam no poder em Buenos Aires, o eixo Brasil-Argentina funcionava a pleno vapor. Porém, deixou de existir no governo de Jair Bolsonaro, ainda que as relações comerciais entre as duas potências econômicas sul-americanas tenham sido mantidas, por motivos naturais.
Com a eleição de Lula, os peronistas, em baixa nas pesquisas de intenções de voto, começam a acreditar em uma vitória nas eleições presidenciais do ano que vem: o amigo brasileiro pode contribuir para isso.
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