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Resultado do referendo sobre aborto no Kansas pode ser um teste para os EUA

O Kansas vai às urnas nesta terça-feira (2) para se pronunciar sobre o direito ao aborto, na primeira consulta popular sobre o assunto desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou o direito federal a esse procedimento em junho. Os cidadãos decidirão se eliminam, ou não, da Constituição desse estado conservador dos Estados Unidos o direito à interrupção da gravidez.

Um protesto pelos direitos reprodutivos em Topeka, Kansas, em 24 de junho de 2022.
Um protesto pelos direitos reprodutivos em Topeka, Kansas, em 24 de junho de 2022. © AP - Charlie Riedel
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A votação também é vista como um teste para o direito ao aborto em todo país, já que as legislaturas dominadas pelos republicanos se apressam em impor proibições rígidas ao procedimento, após a decisão da Suprema Corte de derrubar a sentença do caso Roe versus Wade.

Outros estados, como Califórnia e Kentucky, votarão sobre a questão em novembro, em paralelo às eleições de meio mandato ao Congresso, nas quais tanto republicanos como democratas esperam mobilizar seus defensores em todo país sobre o aborto.

No Kansas, onde as urnas abriram às 7h (9h em Brasília), a votação se concentra em uma sentença de 2019 da Suprema Corte estadual que garante o acesso ao aborto até a 22ª semana de gestação.

Em resposta, um grupo de legisladores apresentou no Congresso estadual, dominado pelos republicanos, uma emenda conhecida como "Value Them Both" (Valorize os dois), que eliminaria o direito constitucional com o objetivo de devolver aos deputados a regulamentação do procedimento.

Ativistas temem proibição local

Do outro lado, os ativistas veem a campanha como uma tentativa de abrir o caminho para uma proibição total. Um representante (deputado) estadual já apresentou um projeto de lei com o objetivo de proibir o aborto sem exceções, seja por estupro, incesto, ou risco para a vida da mãe.

A emenda é um golpe à "autonomia pessoal", afirmou Ashley All, porta-voz da campanha pró-aborto Kansans for Constitutional Freedom (Kansenses pela Liberdade Constitucional).

Os ativistas também reclamam que a folha de votação é confusa. Votar "Sim" à emenda significa reduzir o direito ao aborto, enquanto quem quer manter esta prática intacta deve votar "Não".

O resultado do Kansas pode ser um impulso, ou um golpe, para ambos os lados do debate sobre o aborto nos EUA.

O Kansas está inclinado a apoiar o Partido Republicano, que defende uma regulamentação mais rígida do aborto. Mas uma pesquisa de 2021 da Fort Hays State University descobriu que menos de 20% dos entrevistados nesse estado concordavam que o aborto deveria ser ilegal mesmo em casos de estupro, ou incesto.

(Com informações da AFP)

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