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Brasil e 14 países da América Latina se mobilizam para retirar seus cidadãos da Ucrânia

Argentina e Peru estão coordenando uma Rede de Cooperação Consular Latino-americana que vai instalar um Consulado temporário do lado polonês da fronteira com a Ucrânia para emitir passaportes e dar assistência legal a cidadãos latino-americanos.

Refugiados no posto de fronteira de Medyka, do lado polonês da fronteira com a Ucrânia. Milhares de pessoas deixam o país desde que a Rússia lançou a operação militar contra o território ucraniano.
Refugiados no posto de fronteira de Medyka, do lado polonês da fronteira com a Ucrânia. Milhares de pessoas deixam o país desde que a Rússia lançou a operação militar contra o território ucraniano. REUTERS - KACPER PEMPEL
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Através de uma carta da Colômbia à Ucrânia, os governos de 15 países da América Latina e do Caribe pediram ao governo ucraniano que facilite a retirada dos seus cidadãos de forma "ordenada e segura" enquanto Argentina e Peru coordenam uma rede de cooperação consular para dar assistência a esses cidadãos quando atravessarem a fronteira com a Polônia.

"Os nossos governos devem agir para proteger a segurança e a integridade pessoal dos cidadãos latino-americanos e caribenhos que estão na Ucrânia. Por isso, acudimos ao seu governo para que permita a saída dos nossos compatriotas e das suas famílias do território ucraniano", diz a carta da vice-presidente e chanceler da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, dirigida ao ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

O pedido acrescenta que "a saída será através das instruções precisas das autoridades ucranianas regionais, locais e de migratórias localizadas nas zonas de fronteira, aonde chegarem os cidadãos latino-americanos para cruzar aos países vizinhos".

"A compreensão e a valiosa colaboração do seu governo nos ajudará a coordenar uma saída ordenada e segura de uma grande número de latino-americanos e caribenhos que encontraram na Ucrânia acolhida e oportunidades para eles e para as suas famílias", afirmam os chanceleres de Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago e Uruguai.

O chanceler brasileiro Carlos Alberto Franco França e mais 14 ministros expressam a sua "grande solidariedade com o povo e com o governo da Ucrânia".

"Nossos governos acompanham permanentemente e com grande preocupação os acontecimentos recentes e confiam que muito em breve o diálogo e a negociação diplomática permitirão alcançar uma solução", confiam os 15 países que, em nenhum trecho da carta, citam a Rússia nem as palavras "invasão", "ataque" ou "guerra".

Plano de evacuação coordenado pela Argentina e pelo Peru

No sábado (26), Buenos Aires tinha informado que nove países da América Latina preparam um plano para retirar os seus cidadãos da Ucrânia através de um mecanismo de "cooperação consular" coordenado pelas quatro Embaixadas de países latino-americanos representados na Ucrânia: Brasil, Argentina, Cuba e México.

"Depois de uma reunião técnica com as chancelarias latino-americanas, ficou estabelecido o trabalho conjunto de assistência através de um mecanismo de cooperação consular entre Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai, Paraguai, México, Colômbia, Bolívia e Equador, articulando ações e troca de informações a fim de prestar, nas circunstâncias atuais, a assistência consular necessária", informou, em nota, a chancelaria argentina, destacando que "a implementação do plano de evacuação será quando forem garantidas as condições de segurança sobre o terreno através de corredores seguros".

A Argentina se prepara para enviar à Ucrânia, na semana que vem, uma missão de assistência humanitária para auxiliar na saída de cidadãos latino-americanos. A missão transportará voluntários que vão emitir passaportes e dar assistência legal num Consulado móvel a ser instalado temporariamente do lado polonês da fronteira com a Ucrânia.

O envio dessa delegação de ajuda humanitária foi tratado neste domingo (27) durante uma reunião entre o chanceler argentino, Santiago Cafiero, e a Alta Comissionada da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

A reunião aconteceu em Genebra onde, nesta segunda-feira (28) começa a 49º Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. A Argentina preside esse Conselho e também preside a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).

A CELAC emitiu uma nota na qual informa que a Argentina e o Peru estão coordenando a Rede de Cooperação Consular Latino-americana para prestar assistência aos cidadãos dos países membros que estão na Ucrânia e nos países vizinhos

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