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Premiê canandense pode acionar lei de 'medidas de emergência' para acabar com crise

A crise continua nesta segunda-feira (14) no Canadá, apesar do desbloqueio no dia anterior da Ambassador Bridge, um eixo estratégico de fronteira, levando Ontário a anunciar o abandono do passaporte vacinal e Justin Trudeau a considerar acionar a lei canadense sobre medidas de emergência.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau é acusado de falta de liderança nesta crise.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau é acusado de falta de liderança nesta crise. REUTERS - PATRICK DOYLE
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O primeiro-ministro canadense,  Justin Trudeau, discutiu pela manhã com os primeiros-ministros provinciais a possibilidade de usar a lei sobre medidas de emergência. Ele deve se dirigir à nação em breve.

Essa disposição pode ser invocada em caso de “crise nacional” e dá ao governo federal canadense mais poderes para acabar com ela, permitindo que o governo autorize “medidas extraordinárias temporárias”.

Sob pressão, Justin Trudeau disse na sexta-feira que "todas as opções estavam na mesa" para acabar com essas ocupações "ilegais", que são "prejudiciais ao país e sua economia".

A Lei de Medidas de Emergência só foi usada uma vez em tempos de paz, pelo pai de Justin Trudeau, durante a crise de outubro de 1970. Na época ela se chamava "lei sobre medidas de guerra".

O governo de Pierre Elliott Trudeau (pai do atual premiê) a invocou para enviar o exército a Quebec e tomar uma série de medidas de emergência, após o sequestro pela Frente de Libertação do Quebec de um adido comercial britânico, James Richard Cross, e de um ministro de Quebec, Pierre Laporte.

Cross foi libertado após negociações, mas o ministro foi encontrado morto no porta-malas de um carro.

"Com esta lei, o governo pode requisitar bens, serviços, pessoas. O governo canadense pode dizer às pessoas para onde ir, onde não ir. Há realmente poucos limites para o que o governo pode fazer", explicou Geneviève Tellier, professora de estudos políticos na Universidade de Otawa.

"Manter a pressão"

Nesta segunda-feira, a polícia canadense apreendeu armas e munições e prendeu 11 pessoas no bloqueio fronteiriço de Coutts em Alberta (oeste), ponto de passagem com os Estados Unidos paralisado por uma semana.

As autoridades apreenderam 13 armas de grande calibre, revólveres, vários conjuntos de coletes antibala, uma grande quantidade de munição.

A polícia conseguiu na noite de domingo, após sete dias de bloqueio, reabrir a Ambassador Bridge, que liga Windsor, em Ontário, à cidade americana de Detroit, em Michigan. A paralisação desse grande eixo fronteiriço levou Washington, preocupado com as consequências econômicas, a intervir junto a Justin Trudeau.

O primeiro-ministro de Ontário – a província canadense mais populosa onde estão localizadas as cidades de Ottawa e Windsor – anunciou na manhã de segunda-feira o próximo fim de quase todas as medidas de saúde, incluindo o passaporte vacinal.

Mas em Ottawa, os opositores das medidas sanitárias ainda ocupavam as ruas do centro da cidade e, em particular, a Wellington Street, em frente ao Parlamento canadense. Cerca de 400 caminhões são instalados com barracas de aquecimento, fogueiras e barracas de comida.

Nada parece minar sua determinação, apesar do risco para eles, desde o estabelecimento do estado de emergência na sexta-feira, de receber uma multa de até 100.000 dólares canadenses (€ 69.500) ou até um ano de prisão.

Partir "não está nos meus planos", explicou nesta segunda-feira de manhã Phil Rioux, com barba de três dias e olhos azuis ao volante do seu camião. "É mantendo a pressão que temos mais possibilidades de atingir o nosso objetivo", explicou o quebequense de 29 anos.

O fim de todas as medidas sanitárias é exigido por muitos manifestantes, mesmo que o movimento tenha nascido no final de janeiro da oposição dos caminhoneiros a serem vacinados para cruzar a fronteira entre Canadá e Estados Unidos.

(Com AFP)

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