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Legislativas na Argentina são prova de fogo para governo de Alberto Fernández

Neste domingo (14), na Argentina, os eleitores são chamados às urnas para as eleições legislativas de meio mandato, que renovarão metade das cadeiras na Câmara dos Deputados, e um terço do Senado argentino. O pleito se apresenta como uma prova de fogo para o governo do presidente peronista Alberto Fernández.

O partido do presidente argentino Alberto Fernandez pode perder a maioria no Senado na votação de meio de mandato neste domingo, 14 de novembro de 2021.
O partido do presidente argentino Alberto Fernandez pode perder a maioria no Senado na votação de meio de mandato neste domingo, 14 de novembro de 2021. Handout Argentinian Presidency/AFP
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Jean-Louis Buchet, correspondente da RFI em Buenos Aires

Tradicionalmente, essas eleições parciais, independentemente dos votos em cada distrito, são uma oportunidade para os cidadãos julgarem os primeiros dois anos de mandato do presidente argentino. Se o resultado em nível nacional for favorável ao governo, ele é confirmado. Mas se, ao contrário, se a oposição vencer, o alcance da ação governamental nos próximos dois anos pode ser limitada.

Mas este ano, além disso, o presidente Alberto Fernández e sua equipe se encontram em uma posição especialmente fraca, após a pesada derrota sofrida em setembro nas primárias, que são uma espécie de ensaio geral para as eleições legislativas.

A coalizão peronista no poder, a Frente de Todos, perdeu em 17 das 24 províncias do país e quase se desfez no dia seguinte às eleições, com a vice-presidente Cristina Kirchner chegando a confrontar publicamente Fernández, antes que os dois chegassem a um acordo vacilante, consagrado por uma remodelação do gabinete.

Dado esse histórico, há muitas perguntas sobre o que acontecerá após as eleições legislativas deste domingo se a oposição vencer novamente.

Oposição na liderança

Todas as pesquisas mostram que a coalizão de oposição centrista Juntos por el Cambio pode vencer em nível nacional. Os peronistas também podem perder a maioria absoluta no Senado e deixar de ser o grupo dirigente da Câmara dos Deputados, onde hoje têm maioria relativa.

Obviamente, se a derrota agora for maior do que em setembro, o governo argentino estará em apuros. Se, ao contrário, conseguir melhorar alguns resultados, especialmente na emblemática província de Buenos Aires, a mais populosa do país e que é também seu tradicional reduto, Fernandez poderia ganhar mais fôlego. Mas, de qualquer forma, a Argentina deve enfrentar dois anos muito difíceis antes das eleições presidenciais de 2023.

A  Argentina vive em crise quase que permanentemente, mas suas instituições são sólidas e as duas grandes coalizões, que reúnem cerca de 80% do eleitorado, têm interesse em manter sua unidade, para além das divisões internas que as permeiam.

O governo argentino continuará, apesar da rejeição de parte do eleitorado, rejeição que se explica em particular por não ter conseguido combater uma inflação superior a 50% ao ano e que multiplica as restrições à atividade econômica.

Mas os argentinos não se esquecem que a oposição, quando no poder, também não se saiu melhor. A votação deste domingo será tudo, menos uma mensagem de esperança.

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