Acessar o conteúdo principal

Covid-19: comunidade hispânica registra altos índices de contágio em Los Angeles

Nos Estados Unidos, desde o início da epidemia, as minorias são mais atingidas pela epidemia do que o restante da população. Apesar da queda recente do número de casos registrados no país, as mortes por Covid tem atingido níveis preocupantes na região de Los Angeles, no sul da Califórnia.

Dans une rue du principal quartier latino de Los Angeles, le 7 août 2020.
Dans une rue du principal quartier latino de Los Angeles, le 7 août 2020. AFP - ROBYN BECK
Publicidade

Loubna Anaki, correspondente da RFI em Nova York

Em apenas dois meses, o número de mortos na comunidade hispânica de Los Angeles aumentou dez vezes. Em novembro, de acordo com dados das autoridades americanas, seus membros representavam de três a quatro mortes por Covid-19 para cada 100.000 habitantes, contra 40 atualmente.

 A situação é alarmante, diz Barbara Ferrer, diretora de saúde pública da região de Los Angeles. "Nossa comunidade hispânica está pagando um preço alto", afirma. "Os latinos representam metade da população da região. A maioria trabalha como empregada doméstica, em restaurantes, supermercados ou como babás. Isso os expõe mais ao coronavírus. A maior parte deles também vive em bairros populosos, o que facilita a propagação do vírus nas famílias", declarou.

As autoridades sanitárias da região pedem uma maior proteção para os hispânicos, mas também para outras comunidades desfavorecidas. Uma sugestão é incluir a população como prioritária na campanha de vacinação, integrando-a ao grupo de alto risco. Os Estados Unidos também enfrentam problemas no fornecimento das vacinas, como outros países. Até agora, a cidade de Los Angeles não obteve as doses necessárias para imunizar os profissionais da saúde com patologias que podem induzir uma forma grave da Covid-19.

Califórnia encerra lockdown

A Califórnia decretou o fim do lockdown na região na última segunda-feira (25). O estado mais populoso dos Estados Unidos sofreu uma das piores taxas de infecção do país nas últimas semanas, com as unidades de terapia intensiva de seus hospitais lotadas, ambulâncias paradas por horas e casos que dobraram desde dezembro, atingindo mais de três milhões.

As restrições para tentar manter as pessoas em casa foram impostas a cerca de 20 milhões de habitantes no sul e no centro da Califórnia desde 3 de dezembro. As medidas surtiram efeito.

 "Há sete semanas, nossos hospitais e profissionais médicos da linha de frente estavam no limite, mas os californianos ouviram a mensagem urgente de ficar em casa quando possível e o aumento de casos  após os feriados de dezembro não sobrecarregou o sistema de saúde tanto quanto temíamos", escreveu o secretário de Estado da Saúde, Mark Ghaly, em um comunicado.

A capacidade das UTIs no sul do estado atualmente é zero, mas com a queda nos casos diários pode-se projetar que mais de 15% estarão disponíveis em quatro semanas.

Recorde de casos

Medidas estabelecidas antes da quarentena, como abertura de bares, possibilidade de organizar  jantares em recinto fechado e eventos esportivos com público continuarão a ser proibidos. Mas as autoridades de Los Angeles disseram que o condado, duramente atingido pelo vírus, se alinharia com as diretrizes estaduais e, no final da semana, os restaurantes poderão servir em suas áreas externas novamente.

 A Califórnia registrou no total mais de 3,06 milhões de casos de Covid-19, incluindo quase 36 mil mortes. O estado já distribuiu quase 1,8 milhão de doses de vacinas e transformou locais como a Disneylândia e o estádio de beisebol do Los Angeles Dodgers em centros de imunização.

(RFI e AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.