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EUA: epidemia recua e país registra queda de hospitalizações e de novos casos

De acordo com especialistas, as principais razões seriam o respeito às medidas de proteção sanitária, como o uso da máscara e o distanciamento físico, e o fim do efeito das festas de fim de ano. Mas a vacinação e a imunidade coletiva também contribuem para esse cenário.

Funcionário que trabalha em setor de testes da Covid-19 em Los Angeles, em dezembro de 2020
Funcionário que trabalha em setor de testes da Covid-19 em Los Angeles, em dezembro de 2020 REUTERS - LUCY NICHOLSON
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Os Estados Unidos registraram cerca de 25 milhões de casos confirmados de coronavírus desde o início da epidemia, mas o número real de infecções pode chegar a 100 ou 125 milhões de pessoas, de acordo com Jay Bhattacharya, professor de medicina em Stanford.

"A campanha de vacinação em lares de idosos provavelmente contribuiu para a queda nas hospitalizações e mortes por Covid-19", acredita. Há provas também de que os contaminados apresentam alto grau de imunidade por um certo tempo. Cerca de 21 milhões de pessoas também garantiram uma imunização parcial após terem recebido pelo menos uma dose da vacina.

No total, isso poderia representar quase 40% dos 330 milhões de habitantes, mas o país ainda está longe da meta de 85% para alcançar a chamada imunidade de rebanho. Alguns estados de baixa densidade populacional, entretanto, chegam perto dessa marca.

Jeffrey Shaman, epidemiologista da Universidade de Columbia, desenvolveu um modelo sobre o impacto do coronavírus, e considera que "entre 50% e 70% da população de Dakota do Norte foi infectada". Um caso extremo, mas Shaman explica que, entre o aumento da imunidade da população e o atual respeito às medidas sanitárias, a epidemia "deveria agora ser contida".

Assim como Bhattacharya, Shaman teme que as medidas preventivas sejam menos respeitadas na primavera, quando o deslocamento da população tende a aumentar novamente. Também deve-se levar em consideração as mutações do vírus.

As variantes britânica, brasileira e sul-africana, que são mais contagiosas, podem aumentar o limite necessário para garantir a imunidade de rebanho. E, no caso da África do Sul, causa uma ameaça mais séria de reinfecção.

Infecções voltaram a crescer no outono

Depois de uma redução nos casos durante o verão, as infecções aumentaram no outono nos EUA. Com a queda das temperaturas, as pessoas começaram a se reunir em espaços fechados, o que aumenta o risco de transmissão na ausência de medidas de proteção.

Em seguida, as festas do feriado de Ação de Graças, Natal e Reveillon e os encontros entre familiares ou amigos provocaram uma nova onda da epidemia.

Em meados de janeiro, os Estados Unidos registravam uma média de mais de 250 mil novos casos e mais de 130 mil internações por dia, de acordo com dados da plataforma colaborativa Covid Tracking Project. A Covid-19 ainda provoca diariamente a morte de 3 mil pessoas. 

Mudanças de atitude

A propagação de epidemias está ligada ao comportamento humano, lembra Natalie Dean, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Flórida.

Ela constatou que a população "entra em ação quando o número" de infecções aumenta em sua região, e cita os exemplos da Flórida, Texas e Arizona, três estados que são muito frouxos com medidas de prevenção, onde as infecções diminuíram graças às "medidas políticas ou de atitude".

Brandon Brown, especialista em saúde pública da Universidade da Califórnia, aponta outro motivo: "a diminuição da desinformação" sobre a pandemia, já que "é difícil negar a realidade das mais de 400 mil mortes" no país. Mas, embora a população esteja mais cuidadosa com o aumento de casos, o contrário acontece quando as infecções diminuem, alertam os especialistas.

(Com informações da AFP)

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