Acessar o conteúdo principal

Trump usa indulto presidencial para perdoar aliados

A Casa Branca revelou na noite de quarta-feira (23) uma lista de quase 30 indultos e outras medidas de clemência. Entre os beneficiados está Paul Manafort, ex-diretor de campanha de Donald Trump em 2016 e seu ex-conselheiro Roger Stone. Os dois são investigados no caso de suposta ingerência russa na campanha presidencial americana, quando Trump foi eleito.

O presidente americano Donald Trump usou o direito de indulto presidencial para anistiar aliados nesta quinta-feira, 23 de dezembro.
O presidente americano Donald Trump usou o direito de indulto presidencial para anistiar aliados nesta quinta-feira, 23 de dezembro. (AP / JPP)
Publicidade

“As palavras não são suficientes para expressar todo nosso reconhecimento”, escreveu Paul Manafort no Twitter. Ele cumpre uma pena de sete anos e meio de prisão por diversas fraudes, descobertas em uma investigação de dois anos sobre uma possível colaboração entre a Rússia e a equipe de Trump. Manaford foi colocado em prisão domiciliar em maio, devido à epidemia de coronavírus.

O gesto rendeu novas críticas ao presidente americano, que já tinha usado o direito de anistia no fim de novembro para Michael Flynn, seu ex-conselheiro de segurança nacional, também investigado no caso de ingerência russa. “Podre até a medula”, disse o senador republicano Ben Sasse. “Trump acaba de perdoar outro grupo de criminosos de sua gangue”, escreveu o democrata Lllyd Doggest, no Twitter.

O pai de Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente, também está na lista. Charles Kurshner foi condenado em 2004 a dois anos de prisão por fraude fiscal. “Este espetáculo é sempre revoltante. E está longe de terminar!”, criticou David Axelrod, ex-conselheiro de Barack Obama.

Autoperdão preventivo

Trump anunciou na terça-feira (22) um primeiro grupo de indultos e medidas de clemência que beneficiaram quatro ex-agentes da empresa de segurança privada Blackwater, reconhecidos como culpados do assassinato de 14 civis iraquianos, em 2007, em Bagdad. Eles atiraram com metralhadoras e usaram granadas em um cruzamento frequentado da cidade, enquanto circulavam em veículos blindados. O massacre causou indignação mundial. Para justificar o indulto, a Casa Branca afirmou que os quatro homens, todos ex-militares, tinham “um longo passado a serviço da nação”.

“Tudo isso me dá vontade de vomitar”, disse a ex-senadora democrata Claire McCaskill, que presidia a comissão das Forças Armadas no Senado. “Esse indulto desonra nosso Exército de maneira impronunciável”, afirmou. Para o grupo anticorrupção Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW), “a mensagem de Trump é clara: a justiça não se aplica aos que são leais” a ele.

O presidente americano também planejaria, segundo a imprensa americana, dar um indulto preventivo a seus filhos, a Jared Kushner e a seu advogado pessoal Rudy Giuliani, antes de deixar a Casa Branca, em janeiro. O chefe de Estado poderia, também, eventualmente, se autoperdoar de crimes pelos quais ele poderia ser processado, cometidos durante o seu mandato. Em 2018, ele afirmou ter “o direito absoluto” de tomar esta decisão sem precedentes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.