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Biden amplia diversidade com nomeação de Susan Rice para cargo de influência na Casa Branca

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (10) várias nomeações para seu governo, incluindo ex-funcionários da era Obama. A ex-assessora de Segurança Nacional Susan Rice irá chefiar o Conselho de Política Nacional da Casa Branca e o ex-chefe de gabinete Denis McDonough foi designado como secretário de Assuntos de Veteranos. As nomeações são uma demonstração do compromisso de Biden em refletir a diversidade em seu gabinete.

Susan Rice irá chefiar o Conselho de Política Nacional da Casa Branca.
Susan Rice irá chefiar o Conselho de Política Nacional da Casa Branca. AP - Mark Humphrey
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"Esta é a equipe certa para este momento da história e sei que cada um desses líderes começará a trabalhar desde o primeiro dia para enfrentar as crises interconectadas que as famílias enfrentam hoje", afirmou Biden em um comunicado. Rice, que é negra, já foi candidata a secretária de Estado. Mas ela enfrentaria, provavelmente, intensa oposição dos republicanos no processo de confirmação do Senado por seu papel na crise de Benghazi, em 2012. O assessor Antony Blinken acabou sendo indicado para esse cargo.

Ao liderar o Conselho de Política Nacional, Rice, de 56 anos, entrará no círculo íntimo do presidente na Casa Branca. A partir desse cargo, espera-se que ela seja capaz de influenciar elementos-chave da agenda de Biden em meio à crescente pandemia da Covid-19 e tensões sobre justiça racial. O cargo não precisa de confirmação do Senado.

McDonough, de 51 anos, desempenhou várias funções no governo de Barack Obama, incluindo o de chefe de gabinete da Casa Branca e conselheiro-adjunto de segurança nacional. Agora ele foi nomeado para o Departamento de Assuntos de Veteranos, uma agência governamental em expansão com a tarefa de gerenciar uma rede de saúde que atende a nove milhões de veteranos.

Biden enfatizou repetidamente que sua presidência não será um terceiro mandato de Obama. No entanto, o anúncio desta quinta destaca sua estreita ligação com os conselheiros do antecessor democrata.

Secretário da Defesa

Na terça-feira (8), Biden nomeou o general reformado do Exército Lloyd Austin como secretário de Defesa, uma escolha que descreveu como "necessária" e "histórica". Se a indicação for confirmada pelo Senado, Austin, de 67 anos, será o primeiro negro a chefiar o Pentágono, uma instituição onde as minorias são fortemente representadas na base, mas não no topo.

Este general reformado do Exército, que lutou no Iraque e no Afeganistão antes de se tornar o primeiro homem negro a liderar o Comando Central do Exército dos Estados Unidos (Centcom), "está excepcionalmente qualificado para assumir os desafios e as crises que enfrentamos atualmente", escreveu Biden em um comunicado.

"O general Austin compartilha da minha profunda convicção de que o nosso país é mais forte quando lidera não só com o exemplo do nosso poder, mas também com o poder do nosso exemplo", acrescentou o democrata.

Segundo uma fonte próxima à equipe de transição, citada pela CNN, os dois homens também forjaram vínculos pessoais através do filho de Biden, Beau, afetado por um câncer em 2015, após ter lutado no Iraque sob as ordens do general Austin. Beau Biden e Lloyd Austin ficaram amigos, disse esta fonte à CNN. "Iam juntos à missa e se sentavam um do lado do outro quase todos os domingos", contou.

Aprovação incerta

Graduado na prestigiosa academia militar de West Point, o general Austin foi para a reserva  em 2016, antes de encontrar um trabalho na indústria da defesa, seguindo os passos de muitos de seus antecessores. Ele integra a junta diretiva da Raytheon Technologies. Mas sua confirmação pelo Senado não é certa: desde que surgiram as primeiras notícias na imprensa sobre sua possível nomeação, vozes se levantaram lamentando a escolha de um militar reformado para supervisionar um exército americano às vezes acusado de ter influência demais.

O Congresso dos Estados Unidos, que mantém o controle civil sobre os militares, adotou um regulamento que determina que um militar deve ter mais de sete anos de reformado para se tornar secretário de Defesa. Como este regulamento não seria respeitado com Austin, o Congresso precisa conceder a ele uma dispensa. Isso já aconteceu em 2016 com Jim Mattis, mas sob protestos. Entre os que votaram contra a isenção estavam vários nomes importantes do Partido Democrata, incluindo candidatos das primárias do partido, como Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Cory Booker. Vários senadores democratas anunciaram que vão se opor a Austin no Pentágono, como o influente senador por Connecticut Richard Blumenthal.

Biden, de 78 anos, e futura vice-presidente, Kamala Harris, de 56, a primeira mulher e primeira pessoa negra e de ascendência asiática a ocupar o cargo, prometeram um governo que "se pareça com os Estados Unidos" em toda a sua diversidade.

Com informações da AFP

 

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