Acessar o conteúdo principal

EUA: Biden completa 78 anos e critica Trump por "negar derrota" nas eleições

O presidente eleito tem motivos para comemorar seu aniversário nesta sexta-feira (20), depois de derrotar Donald Trump nas urnas. Entretanto, há dois meses da posse, em 20 de janeiro, sua idade avançada é alvo de questionamentos na Casa Branca: sua reeleição parece improvável devido à idade avançada.

O presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden completa hoje 78 anos e após 20 de janeiro será o mais velho dirigente da história a comandar o país.
O presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden completa hoje 78 anos e após 20 de janeiro será o mais velho dirigente da história a comandar o país. AP - Carolyn Kaster
Publicidade

O presidente eleito se manteve discreto em relação a suas futuras intenções durante toda a campanha, mas sua irmã, Valérie Biden Owens, já havia dito que essa possibilidade não estava descartada, declarando estar "convicta" de que ele disputaria um segundo mandato. Numa eventual disputa e vitória na eleição de 2024, Biden teria 86 anos antes de deixar o poder em 2029

O presidente eleito sabe que sua idade é uma preocupação "legítima." Em 2018, antes de anunciar sua candidatura pelo Partido Democrata, ele declarou que as questões envolvendo sua idade "eram normais", mas não um obstáculo para suas pretensões políticas. "É verdade que, em números, sou velho", declarou, dando a entender que não tinha perdido sua energia e capacidades intelectuais.

Essa energia ele utiliza atualmente para preparar sua posse e lutar contra a epidemia. Nesta quinta-feira (19), o democrata planejou um encontro com os governadores para discutir as medidas contra a Covid-19, que já deixou mais de 250.000 mortos nos Estados Unidos.

Desde que foi eleito, Biden também lida com as declarações provocativas de Trump e as constantes acusações de fraude eleitoral. Ele denunciou, nesta quinta-feira, a "incrível irresponsabilidade" do presidente Donald Trump, que ainda se recusa a aceitar a derrota nas eleições de 3 de novembro.

Trump alega que é vítima de fraude em vários estados e lançou uma batalha judicial liderada por seu advogado pessoal, o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani.

"Acho que [os americanos] estão testemunhando uma irresponsabilidade incrível, mensagens prejudiciais, que vem sendo enviadas ao resto do mundo sobre como a nossa democracia funciona", disse Biden a repórteres em Wilmington, Delaware.

Para Biden "é difícil saber como Trump raciocina"

"É difícil entender como esse homem raciocina", continuou Biden."Tenho certeza que ele sabe que não venceu, que não vai poder vencer e que vou tomar posse no dia 20 de janeiro", acrescentou. "É realmente um escândalo o que ele está fazendo", continuou.

O ex-vice-presidente democrata Biden venceu as eleições de 3 de novembro com quase 80 milhões de votos. Trump obteve pouco menos de 74 milhões. Mas, nos Estados Unidos, o presidente é eleito por um Colégio Eleitoral em que cada estado contribui com um certo número de delegados e, em alguns, Biden venceu por margem ínfima.

Recontagem na Geórgia

Na Geórgia, Biden estava apenas 14.000 votos à frente de Trump, uma vantagem tão estreita que exigia uma recontagem manual. As autoridades locais anunciaram na noite desta quinta-feira que a recontagem confirmou Biden como vencedor da eleição no estado, mas com vantagem menor, de cerca de 12.200 votos.

Como a diferença entre os candidatos é inferior a 0,5% dos votos, Trump tem o direito de pedir uma nova recontagem, explicou em comunicado o gabinete do secretário de estado local, Gabriel Sterling, encarregado da organização da eleição.

Sem esperar pelo resultado oficial, Trump, que denuncia fraude nas eleições reforçou as críticas à operação eleitoral no estado do sul dos Estados Unidos. Em uma série de tuítes matinais, o presidente discorreu sobre a descoberta de quase 6.000 votos não contabilizados em dois condados de maioria republicana.

Alguns haviam sido contados, mas não foram validados no sistema, enquanto outros parecem ter sido esquecidos em uma caixa, de acordo com as autoridades locais, que atribuíram os problemas a erro humano. Além da Geórgia, o presidente e seus aliados entraram com uma série de recursos na justiça da Pensilvânia, Michigan, Arizona e Nevada.  

Alguns já foram negados pelos tribunais, outros retirados pelas partes interessadas, enquanto Giuliani segue na luta para manter vivos os recursos que ainda estão sob análise da justiça. Esta semana, o ex-prefeito de Nova York testemunhou perante um juiz federal, mas sem fornecer provas materiais.

"Vamos nos tornar uma Venezuela"

Nesta quinta-feira, em coletiva de imprensa, Giuliani mencionou várias teorias da conspiração, com referências à Venezuela e ao filantropo George Soros por supostamente ter participado de uma fraude organizada por "líderes democratas" com a cumplicidade do próprio Biden.

"Vamos nos tornar uma Venezuela. Não podemos permitir que isso aconteça conosco. Não podemos permitir que esses criminosos, porque é isso que eles são, roubem a eleição do povo americano", disse Giuliani.

(RFI e AFP)

     

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.