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Equador admite "problemas" para enterrar vítimas da pandemia de coronavírus

O presidente do Equador, Lenín Moreno, reconheceu na sexta-feira (1°) que seu governo enfrentou "problemas" para enterrar o grande número de vítimas do coronavírus. A epidemia levou ao colapso os sistemas hospitalar e o funerário do país.

O cadáver de uma vítima da Covid-19 sendo transportado para um contêiner frigorífico, instalado do lado de fora de uma hospital de Guayaquil, no Equadro, em 3 de abril de 2020.
O cadáver de uma vítima da Covid-19 sendo transportado para um contêiner frigorífico, instalado do lado de fora de uma hospital de Guayaquil, no Equadro, em 3 de abril de 2020. REUTERS/Vicente Gaibor del Pino
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O presidente equatoriano disse que os problemas aconteceram porque o país decidiu enterrar dignamente seus mortos. "Devemos reconhecer que, na fase inicial, tivemos problemas em lidar com as vítimas, porque tomamos a decisão de enterrar dignamente cada equatoriano morto, e não como muitos outros países fizeram, criando valas comuns", declarou Moreno, em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão.

Em março, quando o estado de emergência de saúde foi declarado, Guayaquil (sudoeste do país) se tornou o epicentro da pandemia no Equador. As imagens de cadáveres em casas e ruas da cidade chocaram o mundo.

O caos registrado na capital econômica do país levou o governo a criar no mesmo mês uma força-tarefa conjunta, militar e policial, para recolher os mortos - nem todos pela COVID-19. Devido à falta de capacidade nos necrotérios dos hospitais, as autoridades também instalaram contêineres frigoríficos para armazenar os corpos. 

Redução de contaminações

O país de 17,5 milhões de habitantes registrou até ontem 26.336 casos de contágio por coronavírus e 1.063 óbitos. As autoridades estimam que existem outras 1.606 mortes que não foram submetidas ao testes de diagnóstico, mas foram provavelmente provocadas pela COVID-19. Guayaquil segue sendo mais atingida pela pandemia no Equador, com cerca de 8.100 casos.

Moreno disse que, depois de superar os problemas da fase inicial, há uma "redução drástica no número de mortes", especialmente na província de Guayas, cuja capital é Guayaquil. Em março e abril, houve na região 10.169 mortes a mais por causas diversas do que nos mesmos meses de 2019, segundo dados oficiais.

Desde o início da pandemia, o pico diário de mortes em Guayas chegou a 677, em 4 de abril. Depois começou a cair e em 29 de abril 36 novos óbitos foram registrados na província.

Investigação contra hospitais

O Ministério Público do Equador investiga funcionários de três hospitais de Guayaquil por "violações na gestão do sistema de identificação" dos mortos. Várias famílias da cidade buscam os corpos de seus parentes e denunciam que receberam os restos mortais de outras pessoas, devido a erros de identidade.

"Houve uma suposta negligência por parte dos funcionários de hospitais públicos no manejo dos corpos", disse a promotora Yanina Villagómez em um comunicado. As autoridades aguardam a identificação de 131 corpos que estão em contêineres em um hospital, de acordo com o Ministério Público.

(Com informações da AFP)

 

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