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Argentina/Quarentena

Argentina patrulha hotéis e casas em busca de turistas que desrespeitam quarentena do Covid-19

O governo argentino iniciou uma varredura nos hotéis e casas para identificar turistas estrangeiros e argentinos, provenientes de zonas afetadas pelo coronavírus, que não estejam respeitando a imposição oficial de quarentena.

Em Buenos Aires, caixa de supermercado trabalha protegida por uma cortina de plástico para evitar contato com possíveis portadores do coronavírus.
Em Buenos Aires, caixa de supermercado trabalha protegida por uma cortina de plástico para evitar contato com possíveis portadores do coronavírus. REUTERS/Agustin Marcarian
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Correspondente da RFI em Buenos Aires

Com os nomes e endereços das pessoas que entraram no país nos últimos 15 dias, as patrulhas começaram na capital argentina e vão se estender pelas demais províncias do país a partir deste domingo (15). As autoridades querem controlar o estrito cumprimento do decreto de urgência anunciado na quinta-feira (12) pelo presidente argentino, Alberto Fernández. Ele determinou 14 dias de "isolamento social obrigatório" para todos aqueles que chegarem das zonas mais afetadas pelo coronavírus: Europa, Estados Unidos, Coreia do Sul, China, Japão e Irã.

"Vamos aos hotéis com a polícia. Se descobrirmos pessoas que não estão em quarentena, faremos a denúncia ao juizado e o juiz nos dirá o que fazer com essas pessoas. Entre as opções está a deportação, porque estão infringindo o decreto e devem ser expulsos", confirmou à RFI a diretora de Migrações, Florencia Carignano. Segundo ela, já existem turistas nessas condições.

Detidos com sintomas

Nas últimas horas, três pessoas foram presas por estarem fora da quarentena. Um espanhol de 66 anos que chegou ao país no dia 2 de março foi apreendido em plena rua e dois argentinos que viajavam de carro foram abordados com sintomas da doença por uma blitz na estrada.

Num hotel da capital argentina, um casal de ingleses negou-se a acatar o isolamento. O juiz federal Marcelo Martínez de Giorgi deve definir o que fazer com eles: interrogá-los, prendê-los ou expulsá-los.

Enquanto os turistas estrangeiros correm o risco de expulsão, os argentinos podem sofrer sansões penais, como o presidente Fernández advertiu durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na última quinta-feira.

"O Ministério do Interior está enviando a todos os ministérios provinciais de Saúde a lista de todas as pessoas que entraram nos últimos 15 dias no país para que sejam controladas. A partir de agora, já podem começar os controles no interior", avisou a responsável pelo Departamento de Migrações.

Deportados no voo seguinte

Quando chegam ao Aeroporto Internacional de Buenos Aires, os passageiros europeus e dos países mais afetados pelo coronavírus são avisados sobre a obrigação de 14 dias de quarentena, período que muitas vezes é superior ao tempo de permanência dos estrangeiros no país.

"Hoje não autorizamos a entrada de duas pessoas estrangeiras porque, quando lhes explicamos sobre o protocolo de isolamento, ainda no posto de fronteira, negaram-se a cumpri-lo. Foram embarcadas no voo seguinte de volta aos seus países de origem", apontou Carignano.

Além de impor uma quarentena obrigatória, o decreto argentino proíbe, por 30 dias, todos os voos da Europa e das demais zonas afetadas pelo Covid-19 a partir da meia-noite de segunda-feira (16).

A Argentina tem 45 casos confirmados de coronavírus. Duas pessoas morreram por causa da nova gripe e três receberam alta hospitalar. Quatro casos são de transmissões locais, ocorridas entre pessoas que tiveram contato estreito com infectados. O vírus ainda não circula comunitariamente.

Controle nas fronteiras por terra

O governo também anunciou hoje que vai controlar a entrada terrestre de estrangeiros de países afetados que cruzarem a fronteira pelos países vizinhos – Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile. São 237 postos de fronteira nos quais europeus, norte-americanos, coreanos, chineses, japoneses e iranianos serão abordados.

"É uma medida forte e importantíssima para bloquear as possibilidades de circulação do vírus", explicou o ministro do Interior, Eduardo de Pedro. "Serão controles na entrada de estrangeiros em pontos como Mendoza (fronteira com o Chile) ou como (Puerto) Iguazú (fronteira com o Brasil), onde há uma alta circulação de turistas provenientes de zonas com circulação de Covid-19", defendeu o ministro.

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