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EUA/Iraque

Multidão vai às ruas homenagear general iraniano morto no Iraque em ataque dos EUA

Cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas nesta segunda-feira (6), em Teerã, para acompanhar as cerimônias em homenagem ao chefe militar Qassim Suleimani, morto na última sexta-feira (3) em um ataque de um drone americano em Bagdá, no Iraque.Ele será enterrado nesta terça-feira (7) em sua cidade natal, Kerman, no sul do país.

Uma multidão ocupa as ruas de Teerã na manha desta segunda-feira em homenagem ao general iraniano Qassim Suleimani, morto na ultima sexta-feira em um bombardeio americano no Iraque.
Uma multidão ocupa as ruas de Teerã na manha desta segunda-feira em homenagem ao general iraniano Qassim Suleimani, morto na ultima sexta-feira em um bombardeio americano no Iraque. Khamenei website/Handout via REUTERS
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Carregando cartazes com o retrato de Soleimani, o general mais admirado do Irã, as pessoas se reuniram nas avenidas Azadi e Enghelab e nos arredores da Universidade de Teerã, onde o líder supremo preside as cerimônias e orações pelo general, considerado um herói nacional. De acordo com o correspondente da RFI em Teerã, Siavosh Ghazi, a população pede “vingança” e morte “aos Estados Unidos e Israel”. O clima é o mesmo das manifestações ocorridas neste domingo (5), em Ahvaz e Machhad.

Emocionado, o aiatolá Khamenei pronunciou uma breve oração em árabe diante dos caixões do general e do iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis (número dois da coalizão paramilitar pró-iraniana Hashd al-Shaabi) e de outros quatro iranianos mortos no mesmo ataque. O líder supremo e os outros dirigentes presentes deixaram o local rapidamente, antes de os caixões dos "mártires" abrirem caminho entre a multidão.

Como aconteceu no domingo, na cidade de Mashhad (nordeste), vários Guardiães da Revolução que estavam no caminhão à frente do cortejo fúnebre lançavam para a multidão kufiyas, blusas e outros objetos para dar a proteção dos "mártires" a quem os levasse.

“Vim protestar por amor ao general. Ele fez muito por todos nós, defendendo o país contra o grupo Estado Islâmico e expulsando seus membros do Iraque. Participo do protesto em consideração ao amor que sinto pelo Irã, pelo guia. Espero que eles sigam o caminho traçado pelo general”, diz a dona de casa Somayeh, 36 anos. Esta também é a opinião de Mohammad, um estudante de 14 anos, que participou das manifestações com sua família. “Venho para me vingar contra dos Estados Unidos, para dizer que nós, iranianos, somos unidos, e podemos reagir de maneira severa”, declarou.

Vingança

Os iranianos insistem no papel que o general tinha na luta contra o grupo Estado Islâmico. Desde 1998, ele era líder da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, que administra operações clandestinas no exterior. Ele era visto como a segunda personalidade mais poderosa do Irã depois do guia supremo, aiatolá Khamenei. Era ele quem comandava as operações secretas no exterior, armando milícias xiitas no Iraque.

“Se hoje nós respiramos aqui, é graças ao general Suleimani. Senão os membros do Estado Islâmico teriam cortado cabeças no meio da praça Azadi, em Teerã, como fizeram no Iraque ou na Síria. Eu teria preferido morrer a viver esse dia. Quero vingança, como sugeriu o aiatola Khamenei – uma vingança dura”, diz Mustafá, um funcionário público de 49 anos.

Novas tensões

A chegada dos restos mortais do general Suleimani a Mashhad ao país, neste domingo (5), obrigou as autoridades a anularem uma concentração prevista para acontecer à noite na capital. Desde o assassinato do militar, o mundo teme uma escalada da tensão no Oriente Médio.

Teerã prometeu uma resposta "militar" que atingirá "o lugar certo na hora certa". Embora a comunidade internacional tenha feito inúmeros apelos pela "desescalada", "prudência" e "moderação", o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece ignorá-los.

No domingo à noite, Trump reiterou que, se o Irã "fizer algo, haverá grandes represálias". O presidente americano também ameaçou impor sanções "muito fortes" contra o Iraque, depois que o Parlamento iraquiano votou uma resolução pedindo a retirada das tropas americanas em seu território.

(Com informações do correspondente da RFI em Teerã, Siavosh Ghazi, e da AFP)

 

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