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Iraque/Estados Unidos/Irã

Após ataque em Bagdá, Parlamento iraquiano exige expulsão de forças americanas

O Parlamento iraquiano exigiu, neste domingo (5), a expulsão das tropas americanas no país. A decisão foi tomada após a morte de um general iraniano, vítima de uma ofensiva dos Estados Unidos perto de Bagdá. As autoridades do Iraque falam de ataque à sua soberania.

Aos gritos de "Não à América!", Parlamento iraquiano pediu retirada das forças americanas.
Aos gritos de "Não à América!", Parlamento iraquiano pediu retirada das forças americanas. Iraqi parliament media office/Handout via REUTERS
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Desde o ataque na sexta-feira (3), que resultou na morte de Qassem Soleimani, arquiteto da estratégia iraniana no Oriente Médio, e de Abu Mehdi al-Mouhandis, número dois da Hashd al-Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-Irã integrada às forças de segurança, o mundo inteiro teme uma nova guerra e Bagdá se questiona sobre a presença militar americana no país.

O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, denunciou "um assassinato político" dos dois militares, o que, segundo ele, deixa apenas duas opções: "mandar que as tropas estrangeiras partam imediatamente ou rever seu mandato por um processo parlamentar".

Durante o debate parlamentar sobre a permanência dos mais de 5 mil soldados norte-americano no território iraquiano, muitos legisladores gritavam "Não à América!". A sessão não contou com a presença de deputados curdos e da maioria dos representantes sunitas.

Em meio a uma grande confusão, enquanto alguns dos 168 deputados presentes – dos 329 eleitos – exigiam uma votação, Halboussi anunciou: "decisão adotada!", antes de se retirar. Segundo o texto, o governo iraquiano pretende “preservar a soberania do país”.

O debate parlamentar aconteceu no mesmo dia em que Bagdá convocou o embaixador americano para denunciar "violações da soberania do Iraque" por "operações militares ilegítimas (...) que podem levar a uma escalada de tensões na região". O Iraque também anunciou que havia apresentado uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU contra "ataques americanos a bases iraquianas" e "contra o assassinato de comandantes militares iraquianos e amigos".

Tumulto no funeral de Soleimani e trocas de ameaças

As mortes de Soleimani e Mouhandis despertaram imensa comoção no Iraque e no Irã. Neste domingo, uma maré humana desfilou em Ahvaz, no sudoeste iraniano, onde começou o primeiro dos três dias de homenagens ao general. Os rituais do funeral continuam em Zanjan (nordeste) e Machhad (nordeste). 

Após a ameaça do presidente norte-americano de atingir 52 alvos iranianos, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou neste domingo que Washington respeitaria a "lei internacional". Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, alertou que atacar sítios culturais, como insinuou Donald Trump, representaria "um crime de guerra".

Teerã também disse duvidar da "coragem" dos americanos em cumprir sua ameaça e respondeu que, "diante da situação", estava acelerando o processo para reduzir seus compromissos nucleares internacionais.

(Com informações da AFP)

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