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África do Sul/ Jacob Zuma

Presidente da África do Sul enfrenta processo de impeachment

Além da ameaça de impeachment do governo no Brasil, outro país integrante do grupo de emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) passa pela mesma crise política. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, vai começar a enfrentar um processo de destituição do poder, depois de ser condenado por usar dinheiro público para fins privados.

Presidente sul-africano, Jacob Zuma, usou recursos públicos para pagar reforma de casa, incluindo instalação de uma piscina.
Presidente sul-africano, Jacob Zuma, usou recursos públicos para pagar reforma de casa, incluindo instalação de uma piscina. REUTERS/Mike Hutchings
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Um tribunal sul-africano determinou nesta quinta-feira (31) que Zuma usou verbas públicas para reformar a sua residência e ordenou que o presidente devolva a quantia. A principal instância judicial do país mandou Zuma restituir os US$ 24 milhões que pagaram a construção de uma piscina, um celeiro, um anfiteatro e um local para receber as visitas.

"O presidente deve pagar o valor fixado pelo Tesouro Nacional", disse o presidente do tribunal, Mogoeng Mogoeng, ao considerar que Zuma "não respeitou, nem defendeu, nem seguiu a Constituição". O escândalo, conhecido como Nkandla - nome da pequena localidade onde fica a residência privada do presidente -, ameaça o mandato do chefe de Estado e se tornou um símbolo das acusações de corrupção contra seu governo e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).

Decisão motiva pedido de impeachment

Com a decisão judicial, a oposição decidiu apresentar um pedido de impeachment. Zuma também enfrenta a crise provocada pela situação econômica delicada e outras acusações de corrupção.

"As ações do presidente Jacob Zuma são uma violação muito grave da Constituição e justificam um processo de destituição", afirma, em um comunicado, a Aliança Democrática (DA), principal partido da oposição na África do Sul. A DA e o partido de esquerda EFF (Combatentes pela Liberdade Econômica) levaram o caso à justiça.

O presidente justificou os gastos afirmando que se tratava de melhorar a segurança da residência, que fica na região zulu, leste do país. O escândalo começou no início de 2014, quando a mediadora da República, Thuli Madonsela, responsável por garantir que o dinheiro do contribuinte seja utilizado corretamente, apresentou um relatório no qual acusava Zuma de ter se "beneficiado indevidamente" de verba pública para as reformas de sua casa e recomendou o reembolso de parte do dinheiro.

O presidente se negou a devolver qualquer valor. Mas, em fevereiro, aceitou reembolsar parte do dinheiro.

Teste para partido de Mandela

Zuma, que conta com a maioria do Parlamento após a vitória nas eleições de 2014, passou com tranquilidade pela votação de uma moção de censura ao seu governo. O mandato do presidente, de 73 anos, se encerra em 2019 e ele não pode ser reeleito.

No ano passado, o líder foi muito criticado pela demissão do ministro das Finanças, situação que gerou incerteza nos mercados e uma forte desvalorização da moeda local. Seu partido, ANC, chegou ao poder há 22 anos, com Nelson Mandela. As próximas eleições municipais, em agosto, serão um teste importante para o futuro da sigla.

 

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