Início do Fórum de Bangui
Depois de meses de atraso e de adiamentos, desde hoje e até ao dia 11 de Maio decorre o Fórum de Bangui, esta conferência tendo por intuito concretizar a reconciliação na República Centro-Africana a braços com uma instabilidade recorrente devido a violação sistemática dos acordos para a cessação das hostilidades assinados em Julho de 2014 em Brazzaville.
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Durante esta semana de discussões em que participam mais de 600 pessoas, delegados das 3 facções dos antigos rebeldes maioritariamente muçulmanos Seleka, representantes das milícias predominantemente cristas dos anti-Balaka, assim como os outros actores do processo de paz no país devem debruçar-se essencialmente sobre as modalidades de aplicação dos acordos de Brazzaville, o acantonamento dos combatentes, o seu desarmamento, desmobilização e reinserção.
Estas discussões acontecem contudo num clima pouco favorável. Para além da desconfiança ainda bem patente entre os beligerantes, os principais intervenientes externos deste processo estão a ser postos em questão. Há alguns dias, a França foi colocada em dificuldade com o surgimento de acusações de violação de crianças por 14 elementos das suas forças presentes no terreno. De acordo com a ONG americana Aids Free World, 3 soldados do Chade e outros 2 da Guiné Equatorial poderão estar igualmente envolvidos nestes factos alegadamente ocorridos entre Dezembro de 2013 e Junho de 2014.
Para Eduardo Costa Dias, analista ligado ao Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa, este fórum tem poucas possibilidades de dar resultados dada a posição delicada da França, peça importante do xadrez centro-africano.
Eduardo Costa Dias, analista do Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa
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