Líder da oposição moçambicana afirma que não vai retaliar
O líder do movimento da perdiz, Afonso Dhlakama, em teleconferência transmitida na sede da Renamo em Maputo, alega que não vai retaliar militarmente à detenção que considerou ilegal do seu porta-voz António Muchanga. O presidente do maior partido da oposição, em parte incerta há largos meses pede garantias da comunidade internacional para qualquer encontro com o chefe de Estado.
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O presidente moçambicano, Armando Guebuza, em conferência aberta actualmente em Sofala insistiu no diálogo para resolver o diferendo político-militar. O mais alto magistrado da nação lançou o repto a Dhlakama para que se encontrem em Maputo. Todavia o líder da Renamo receia pela sua segurança e, mesmo, pela sua vida, pedindo garantias à comunidade internacional nesse contexto.
Dhlakama que se encontraria, precisamente, na região da Gorongosa, na mesma província central de Sofala, está em parte incerta desde que o exército assumiu o controlo da sua antiga base naquela área.
Desde então o país continua a viver ao ritmo de ataques atribuídos a homens armados da Renamo e consequentes ripostas das forças armadas, e numa altura em que só faltam três meses para as eleições gerais de 15 de Outubro.
Um pleito ao qual concorre, nomeadamente, Afonso Dhlakama, pela Renamo e Filipe Nyussi, da Frelimo, partido no poder, já que o presidente cessante não se pode voltar a candidatar.
A prisão na passada segunda-feira do porta-voz do líder da Renamo, António Muchanga, acusado de incitação à violência, e isto à margem de uma reunião do Conselho de Estado, veio confirmar o agudizar de tensões em Moçambique e teria estado na origem do pronunciamento de hoje de Afonso Dhlakama.
Este denuncia a alegada inconstitucionalidade da detenção que considerou uma provocação.
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo, acompanhou a teleconferência.
Correspondência de Maputo
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