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Angola

Duas mortes em protestos da oposição angolana

A manifestação organizada pela UNITA foi, este sábado de manhã, reprimida pelas autoridades angolanas tendo causado pelo menos a morte de um manifestante. Esta madrugada, as forças policias terão também morto um jovem dirigente da CASA -CE e detido cerca de 200 simpatizantes durante uma colagem de cartazes.

Isaías Samakuva, líder da UNITA
Isaías Samakuva, líder da UNITA REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Dezenas de manifestantes concentraram-se hoje de manhã junto ao cemitério de Santana, em Luanda, para participar numa manifestação promovida pela UNITA em protesto contra o rapto e a alegada morte dos dois ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule.

Esta manifestação acabou por ser interrompida por disparos para o ar da Polícia de Intervenção Rápida de Angola que tentaram impedir o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, de prestar declarações à imprensa internacional. Os disparos para o ar que dispersaram as pessoas ocorreram junto ao mercado dos congolenses, entre o cemitério de Santana e a Praça 1.º de Maio. Um helicóptero sobrevoou a zona, os agrupamentos de dez ou mais pessoas foram proibidos.

O presidente do maior partido da oposição angolana, Isaías Samakuva, declarou o fim da manifestação ao início da tarde na sequência de nova intervenção policial com a utilização de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes do local. Em entrevista à RFI, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, fala de 5 eventuais mortes, uma delas confirmada, de várias detenções em Luanda e nas restantes províncias e também de ataques a sedes do seu partido.

02:43

Isaías Samakuva - líder da UNITA

A manifestação "contra a repressão" convocada pela UNITA estava proibida pelo Ministério da Interior mas a UNITA saiu à rua. Segundo o Ministério do Interior, além da UNITA, também o MPLA se preparava para se manifestar hoje em Luanda, razão pela qual anunciou a proibição das duas manifestações.

Mais pormenores sobre esta manifestação com o nosso correspondente em Luanda, Avelino Miguel.

01:23

Correspondência Luanda - Avelino Miguel

Uma operação de colagem de cartazes, em Luanda, por parte de jovens da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) foi também, esta madrugada, reprimida pelas forças policiais que terão causado a morte do jovem dirigente Wilbert Ganga. Os cartazes serviam igualmente de protesto contra o desaparecimento dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule.

Abel Chivukuvuku, líder da CASA-CE, segunda maior força da oposição em Angola, acusa a Unidade de Guarda Presidencial (UGP) de ter morto este jovem e de ter feito mais de 200 detenções de simpatizantes do seu partido.

02:11

Abel Chivukuvuku - líder da CASA-CE

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