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Moçambique

Retoma das negociações em Moçambique com um novo ataque em pano de fundo

Foram retomadas as negociações entre a Renamo e o governo da Frelimo esta segunda-feira no Centro de Conferências Joaquim Chissano em Maputo, um novo encontro para as duas partes discutirem essencialmente sobre a alteração à lei eleitoral, numa altura em que tem vindo a aumentar a tensão entre o partido no poder e o principal movimento da oposição.

A região de Sofala onde se concentram as tensões
A região de Sofala onde se concentram as tensões Wikipédia
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Uma semana depois de um ataque a um paiol em Savane na zona centro do país, deram-se esta segunda-feira novos ataques desta vez perto de Muxúngue, igualmente na região de Sofala. Homens armados atacaram viaturas, numa coluna escoltada pelo exército moçambicano, este assalto atribuído pelas autoridades à Renamo não tendo causado vítimas. Mais pormenores com Orfeu Lisboa.

01:25

Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Moçambique

No final da tarde, na sequência desta nova ronda negocial com a Renamo, o governo reconheceu pela primeira vez como sendo "legítimas e pertinentes" as reivindicações da Renamo no respeitante à lei eleitoral. Contudo, a delegação governamental também referiu que se mantém o impasse quanto ao pacote eleitoral, a Renamo devendo, do seu ponto de vista, submeter as suas propostas de alteração ao parlamento. Eis as declarações de José Pacheco, Ministro Moçambicano da Agricultura e chefe da delegação governamental.

01:25

José Pacheco, chefe de delegação governamental, em declarações recolhidas por Orfeu Lisboa

Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Solomone Macuiana, declarou que o seu partido está disposto a submeter propostas de alteração à lei eleitoral no Parlamento, este responsável expressando por outro lado o desejo de que estas conversações desemboquem num processo eleitoral transparente.

00:41

Solomone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, em declarações recolhidas por Orfeu Lisboa

Paralelamente ao frente-a-frente do governo com a Renamo, a actualidade Moçambicana deste início de semana também ficou marcada pela espectacular evasão este Domingo de cerca de 63 reclusos da Cadeia Provincial de Inhambane durante a qual duas pessoas morreram e quatro ficaram gravemente feridas.

Segundo o jornal "Notícias de Moçambique" que cita o director da Cadeia Provincial, Mário Malige, um dos mortos, seria um funcionário da procuradoria local atingido por bala durante um tiroteio e a segunda vítima seria um prisioneiro que também morreu baleado. Pelo menos 23 dos indivíduos em fuga já teriam sido recapturados, os restantes continuando a monte.

Ao comentar este caso, Henrique Viola, director do CEMO, Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais, entidade que publicou em Agosto do ano passado um relatório sobre o estado das cadeias Moçambicanas, começa por sublinhar o quanto esses estabelecimentos são obsoletos.

01:29

Henrique Viola, presidente do CEMO, entrevistado por Liliana Henriques

Noutro aspecto, ao estabelecer uma relação entre esta evasão e a tensão política que se vive actualmente no país, Henrique Viola alerta para as possíveis consequências económicas da falta de segurança numa região turística como Inhambane.

01:32

Henrique Viola, presidente do CEMO, entrevistado por Liliana Henriques

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