Moçambique de sobreaviso depois dos incidentes da semana passada
Moçambique continua em estado de choque depois dos vários incidentes ocorridos desde a semana passada no centro do país num contexto de crescente tensão entre a Frelimo no governo e a Renamo, principal força da oposição.
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No Sábado passado, 3 pessoas morreram e outras duas ficaram feridas num ataque a um autocarro e um camião cisterna em Muxungué, no centro do país. Estes actos praticados por homens armados que as autoridades supõem serem pertencentes à Renamo ocorreram poucos dias depois de violências envolvendo forças policiais e guerrilheiros da Renamo na mesma zona.
Com efeito, já na quarta-feira 3 de Abril a polícia local tinha detido 15 homens na sede da Renamo em Muxungué, e em resposta a estas detenções, guerrilheiros daquele partido tinham atacado no dia seguinte a sede da polícia, causando a morte de 4 agentes das forças antimotim.
Face a esta situação, as reacções foram numerosas. As autoridades acusaram a Renamo de estar por detrás dos ataques de Sábado, o que este partido de oposição negou logo. Entretanto esta segunda-feira, para além de a Frelimo reiterar as acusações contra a Renamo, o MDM, terceiro maior partido de Moçambique, condenou o governo pelo recurso "abusivo" à polícia no ataque à Renamo e responsabilizou o executivo pelo risco do retorno à guerra.
Paralelamente no terreno, nos últimos dias têm sido numerosos os relatos sobre a saída massiva dos habitantes de Muxungué fugindo à violência, essa localidade tendo sido frequentemente descrita desde então como uma Cidade-Fantasma. Os meios de comunicação social de Moçambique também têm evocado ainda hoje o condicionamento da circulação rododiária naquela zona e a tensão vigente no seio da população. Apesar deste cenário de medo, Giro Custódio, Secretário Provincial da Cruz Vermelha de Moçambique em Sofala, afirma que a calma estaria a regressar àquela zona do país.
Giro Custódio, Secretário Provincial da Cruz Vermelha de Moçambique em Sofala
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