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MOÇAMBIQUE

Autoridades e igrejas em Moçambique apelam ao diálogo

O presidente moçambicano, Armando Guebuza, alega que o povo não pode continuar a viver assustado e defende uma solução ao braço de ferro com a Renamo, principal partido da oposição, sem derramamento de sangue. As Igrejas criticaram a intervenção da polícia em Muxúngué, no centro, e a invasão da sede da Renamo que estaria na origem da crise. 

Protagonistas do Acordo de paz para Moçambique em Roma em 1992, Joaquim Chissano da Frelimo (esq) e Afonso Dlhakama (dir) da Renamo
Protagonistas do Acordo de paz para Moçambique em Roma em 1992, Joaquim Chissano da Frelimo (esq) e Afonso Dlhakama (dir) da Renamo noticias.sapo.mz
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A crise terá sido provocada com a tentativa pela polícia de desalojar na madrugada desta quarta antigos guerrilheiros da Renamo, maior força da oposição, reunidos na sede do partido da perdiz em Muxúngué, na província central de Sofala.

Na altura teriam sido detidos 15 membros da Renamo.

O diário estatal "Notícias" alega que estavam, então, concentrados cerca de 200 homens supostamente em "treinos visando a preparação da projectada inviabilização das eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo".

Um escrutínio que a Renamo prometera boicotar ameaçando, mesmo, procurar impedir a sua realização.

Em jeito de represália o movimento de Afonso Dlhakama terá invadido na madrugada desta quinta uma unidade da FIR, Força de intervenção rápida.

Pelo menos cinco pessoas morreram e outras onze ficaram feridas na ocorrência.

Um acto que traz de volta o espectro da longa guerra civil que opôs a Renamo à Frelimo, partido no poder, até à assinatura dos Acordos de paz de Roma de a 4 de Outubro de 1992.

Raúl Domingos, ex número dois da Renamo, que reintegrou recentemente as hostes do partido, afirmou hoje que estão criadas todas as condições para a eclosão de uma nova guerra, se continuar a faltar diàlogo e a tolerância.

Enquanto o chefe de Estado, Armando Guebuza, alega ser inadmissível que a população viva assustada, por sua vez as Igrejas condenaram a actuação da polícia.

Orfeu Lisboa, correspondente em Moçambique, acompanha de perto o caso.

01:27

Correspondência de Maputo

Mais informação sobre uma semana tensa em Moçambique:

Ouça a análise de Vasco Nhabinde, economista e analista político moçambicano, em entrevista a João Matos, que considera improvável uma retoma da guerra, apesar de posições belicistas da Renamo.

 

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