Relatório da Liga dos Direitos Humanos apresenta quadro negro da Guiné-Bissau
A Liga Guineense dos Direitos Humanos apresentou esta quinta-feira em Bissau o seu último relatório referente ao período 2010-2012, um documento de mais de 150 páginas que dá globalmente conta de uma regressão da Guiné-Bissau em termos de Direitos Humanos, uma regressão que a seu ver piorou com o golpe de Estado do ano passado.
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Neste documento em que se faz um panorama exaustivo das violações dos Direitos do Homem naquele país, a Liga esboça um quadro pessimista dos Direitos da infância. O documento refere designadamente que 63 em cada mil crianças morrem antes de completar cinco anos de idade, e que há dois anos 57% das crianças entre os 5 e os 14 anos estavam envolvidas em trabalho infantil. Ao evocar um aumento exponencial de abusos sexuais no país, a Liga dos Direitos do Homem indica também que existe uma rede de prostituição infantil no arquipélago dos Bijagós e refere que funciona "a favor dos responsáveis afectos ao poder público e económico".
Noutro quadrante, o documento evoca igualmente a situação das mulheres na Guiné-Bissau, com relatos recorrentes de violência doméstica, mutilação genital, assédios e abusos sexuais, bem como casamentos forçados e precoces. A este respeito, a Liga refere que 41% das mulheres inquiridas afirma não ter escolhido o marido.
No respeitante à liberdade de expressão e de imprensa, a Liga dos Direitos do Homem dá conta de uma degradação que veio a agravar-se depois do golpe de Estado. Ao evocar as dificuldades inerentes à própria elaboração desse relatório, Luís Vaz Martins, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, denuncia o contexto político vigente no país.
Luís Vaz Martins, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos
As questões da impunidade e da justiça são também largamente evocadas neste relatório, Luís Vaz Martins mostrando-se particularmente preocupado com a falta de segurança que constata no seu país.
Luís Vaz Martins, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos
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