Serifo Nhamadjo presidente da transição na Guiné-Bissau
A CEDEAO designou Serifo Nhamadjo, até agora presidente interino do parlamento, para liderar a transição guineense. Aquele que foi o terceiro candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais desdobra-se neste momento em contactos para a escolha de um primeiro-ministro de consenso.
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A delegação da CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África ocidental, liderada pelo ministro nigeriano de Estado dos negócios estrangeiros, Nurudeen Mohammed, deixou esta sexta-feira Bissau após contactos com um vasto leque de actores locais.
A organização regional apontou Serifo Nhamadjo para presidir a transição guineense: o até agora presidente interino do parlamento fora o terceiro candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais de 18 de Março.
Mussá Baldé, correspondente em Bissau, deu-nos conta do balanço da missão da CEDEAO.
Correspondência de Mussá Baldé
Serifo Nhamadjo, designado presidente interino pela CEDEAO, promete trabalhar com seriedade e dedicação neste processo de transição.
Serifo Nhamadjo, presidente interino designado pela CEDEAO
A segunda volta devia ter ocorrido a 29 de Abril, mas o golpe de Estado de dia 12 desse mês veio inviabilizar o escrutínio, com o comando militar a assumir o poder até esta transição agora negociada pela CEDEAO.
A ONU (Organização das Nações Unidas) e a CPLP ( Comunidade dos países de língua portuguesa), sob presidência angolana, têm criticado duramente os golpistas e exigido o regresso à ordem constitucional, com o regresso ao poder do presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro cessante, Carlos Gomes Júnior.
Perante a recusa dos golpistas a CEDEAO acabara por ceder em relação a esta exigência, aceitando novas autoridades de transição por um ano, antes da realização de eleições gerais.
Porém o PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, liderado por Carlos Gomes Júnior, até ao golpe de Estado e primeiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 18 de Março, descarta aceitar a designação de Serifo Nhamadjo como presidente de transição.
Augusto Olivais, secretário nacional do PAIGC, acredita que outras organizações internacionais poderão vir a pesar na alteração deste cenário.
Augusto Olivais, secretário nacional do PAIGC
Já Kumba Yalá, antigo chefe de Estado e segundo candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais, demonstrou-se satisfeito com a transição definida pela CEDEAO e minimiza o peso da recusa de uma ala do PAIGC em aceitar Serifo Nhamadjo como presidente de transição.
Kumba Yalá, segundo candidato mais votado
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