Guiné-Bissau excluída da União Africana

A União Africana excluiu hoje a Guiné-Bissau da organização, com efeitos imediatos, devido ao golpe militar da passada Quinta-feira. A Guiné poderá reintegrar a UA após restauração da ordem constitucional no país, concluiu o Conselho de Paz e Segurança da UA, um orgão presidido neste momento por Angola.

Reuters

A União Africana estaria a estudar a possibilidade de adoptar sanções e mobilizar uma força de estabilização, tal como proposto Sábado em Lisboa pelo Conselho de Ministros da CPLP.

No entanto os militares guineenses aceitaram ontem o regresso à ordem constitucional, afirmou o burkinabé Kadré Désiré Ouédraogo, presidente da comissão de alto nível da CEDEAO, que ontem se deslocou à capital guineense. O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, que preside esta organização regional, vai tomar disposições com as partes envolvidas para o restabelecimento da ordem constitucional, disse Ouédraogo.

Mais pormenores com o nosso correspondente em Bissau Mussá Baldé.

01:46

Correspondência de Mussá Baldé

O porta-voz do Comando Militar, Dahaba Na Walna, voltou a reiterar ontem a responsabilidade de Angola, que acusou de ter violado o acordo de cooperação militar entre os dois países, ao enviar para a Guiné-Bissau material bélico, não previsto no mesmo.

Dahaba Na Walna pediu calma ao povo guineense.

01:06

Dahaba Na Walna, ouvido por Mussá Baldé

Os bispos católicos de Bissau, em mensagem lida hole pelo bispo auxiliar de Bissau, D. José Lampra Cà, repudiaram o golpe militar, pediram "respeito sagrado" pelas leis e instituições democráticamente eleitas, e alertaram para as consequências imprevisíveis desta nova crise no país.

No terreno as fronteiras foram reabertas, e o Comando Militar proibiu as manifestações, a favor ou contra o golpe, e ameaça com repressão severa os prevaricadores.

Entretanto prossegue a greve geral decretada ontem pelos dois principais sindicatos guineenses, em protesto contra o golpe militar.