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Guiné-Bissau / União Africana

União Africana apela os doadores da Guiné-Bissau

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana apelou nesta quinta-feira os parceiros bilaterais e multilaterais da Guiné-Bissau, a organizarem rapidamente uma conferência de doadores, para facilitar a implementação da reforma dos sectores da defesa e segurança do país.

Frente à sede da União Africana em Addis Abeba, Etiópia.
Frente à sede da União Africana em Addis Abeba, Etiópia. (Photo: Reuters)
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A situação na Guiné-Bissau foi ontem (23/12/2010) analisada em Addis Abeba, capital da Etiópia, pelo Conselho de Paz e Segurança da União Africana, na sequência do informe efectuado pelo diplomata angolano Sebastião Isata, representante especial do presidente da Comissão da União Africana e chefe do Gabinete de Ligação desta instituição na Guiné-Bissau, que afirmou, entre outros, que as autoridades guineenses estão dispostas a acolher uma missão conjunta de estabilização UA/CEDEAO/CPLP e se comprometem em reformar o sector da defesa e segurança do país.

O CPS pede também à Comissão da União Africana, que tome as disposições necessárias para ajudar as autoridades guineenses na elaboração de legislação que criminalize a posse, transferência, transformação e tráfico de droga.

O comunicado final do CPS, citado pela agência de informações PANA em Dakar, refere ainda que as autoridades guineenses pretendem criar uma comissão de Verdade e Reconciliação, e que estão determinadas a concluir com êxito os inquéritos sobre os assassínios em Março e Junho de 2009, do Presidente João Bernardo Nino Vieira, do então Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas general Tagmé Na Waie, e posteriormente do deputado do PAIGC e antigo ministro da Defesa Hélder Proença e do candidato às eleições presidenciais Baciro Dabó, mortos a tiro por alegado envolvimento numa tentativa de golpe de estado.

Esta reunião ocorreu um dia depois da libertação do antigo Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, contra-almirante José Zamora Induta, detido na sequência da intentona militar de 1 de Abril, e do coronel Samba Djaló responsável dos serviços de inteligência militar da Guiné-Bissau.

Nesse mesmo dia (22/12/2010) foram também libertados três outros militares, alegadamente envolvidos no assassínio do general Tagmé Na Waie a 1 de Março de 2009 : o general Melcíades Fernandes, mais conhecido por “Manuel Mina”, especialista em explosivos e aviação, que segundo afirma a agência de informações portuguesa PNN foi o fabricante da bomba que matou Tagmé Na Waie, a segunda-sargenta Djabu Camará, mais conhecida por “Pomba Branca” e ainda Malam Candé, ambos acusados de transporte e detonação dos explosivos e que segundo a PNN, teriam confessado os autos.

Mas enquanto a libertação de Zamora Induta é uma exigência da comunidade internacional, nomeadamente da União Europeia, que condicionou a tal o recomeço da ajuda à Guiné, as outras libertações, segundo ainda a PNN, preocupam a diplomacia internacional, pois revelam que o Presidente Malam Bacai Sanhá sacrificou a justiça ao xadrez político, o que compromete o inquérito sobre os assassínios de 2009.

Impõe-se no entanto uma interrogação, o que terá mudado na Guiné-Bissau em termos de segurança, para que a libertação do contra-almirante Zamora Induta ordenada em outubro passado, por despacho do Tribunal Militar Superior e até agora adiada, alegadamente por falta de condições de segurança que pudessem garantir a sua integridade física, possa ter acontecido na passada quarta-feira ? 
 

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