MPLA, acusa UNITA de apelar à desobediência civil
O MPLA, partido no poder em Angola, apela à calma, acusando a UNITA, principal partido da oposição, e outros partidos hostis de incitamento à desobediência cívica.
Publicado em: Modificado em:
Em conferência de imprensa em Luanda na passada terça-feira (07/09/2010), Rui Falcão, o Secretário para a Informação do MPLA, acusou directamente a Rádio Despertar, conotada com a UNITA, e o seu líder Isaías Samakuva de instigação à rebelião.
Este último, afirmou ontem (9/09/2010) estar a ser utilizado como “bode espiatório pelo MPLA, que desta forma pretende justificar a crise, criada pelas políticas erradas que o executivo está a tomar”.
O Ministério da Comunicação Social, através de um comunicado divulgado nesta quarta-feira (8/09/2010), repudiou a postura da Rádio Despertar, afirmando que nos seus conteúdos informativos, esta, incita a população a rebelar-se contra as instituições legalmente constituídas, e democraticamente eleitas.
Tomás de Melo, correspondente da RFI em Luanda
É neste contexto político tenso, que é divulgado o assassínio no passado domingo em Luanda, do jornalista da Rádio Despertar, Alberto Graves Chakussanga, morto em sua casa, com um tiro nas costas.
A ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras e o Comité para a Protecção dos Jornalistas, com sede em Nova Iorque, pedem às autoridades angolanas que seja realizado um inquérito, e exploradas todas as pistas possíveis, para descobrir os responsáveis por este crime.
Alberto Graves Chakussanga é o primeiro jornalista morto em Angola desde 2001, sublinha RSF, que exorta os actores políticos angolanos a não politizarem, nem envenenarem este caso.
Esta ONG mostra-se no entanto apreensiva, pela coincidência deste crime, com a crispação política que se observa neste momento entre o MPLA e a UNITA.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro