Visita de Estado do presidente da Guiné Equatorial a Cabo Verde
Teodoro Obiang Nguema conclui nesta quinta-feira uma visita a Cabo Verde visando reforçar relações bilaterais, com a adesão da Guiné Equatorial à CPLP em destaque.
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O presidente equato-guineense deslocou-se a Cabo Verde numa altura em que a CPLP, Comunidade dos países de língua portuguesa, prepara a sua cimeira de chefes de Estado de 23 de Julho próximo. O pedido de adesão da Guiné Equatorial é um dos assuntos em agenda neste fórum previsto para Luanda. Na altura Portugal deve passar o testemunho da organização lusófona para Angola.
Este pedido da Guiné Equatorial, o único país de língua castelhana em África, foi já formulado em 2004, este Estado dispondo actualmente de um estatuto de membro observador, como é o caso das Ilhas Maurícias e do Senegal. Malabo poderia, mesmo, adoptar o português como língua oficial, como já é o caso do francês, a par do castelhano.
Cabo Verde apoia, desde já, o pedido de adesão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito da CPLP como reafirmou nesta terça-feira o ministro dos negócios estrangeiros, José Brito. Para o chefe da diplomacia de Cabo Verde a organização lusófona ganhará com a entrada da Guiné Equatorial.
No entanto algumas vozes críticas têm vindo a público denunciar a repressão do regime de Malabo. Caso de José Manuel Pureza, deputado português do Bloco de Esquerda, que, em declarações à agência lusa afirmou que este cenário desprestigia a CPLP por acolher um regime tido como « ditatorial ».
Teodoro Obiang Nguema criticou a suspensão esta semana pela UNESCO, Organização das nações unidas para a educação, ciência e cultura, em Paris, de um prémio com o seu nome, alegando que se trata de uma manobra contra África e sublinhando não ser ditador.
A visita de três dias do presidente equato-guineense não deverá ser beliscada por estas questões. O reforço da cooperação é o mote dos encontros mantidos nas quarta e quinta-feira pelo chefe de Estado da Guiné Equatorial com as principais autoridades de Cabo Verde, incluindo uma audiência com o seu homólogo, Pedro Pires, que já garantiu também o apoio do arquipélago à Guiné Equatorial para que este país assuma a presidência rotativa da União Africana em 2011-2012.
Esta deslocação tem como palco as ilhas de Santiago e do Sal, a segurança aérea devendo ser uma das áreas mais focadas nos encontros bilaterais.
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