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Moçambique / Cheias

Ameaça de cólera no Vale do Zambeze

O Governo Moçambicano está a proceder à retirada compulsiva das 130 mil pessoas ameaçadas pelas águas do rio Zambeze. Para além da destruição de casas e de terrenos agrícolas, é agora o risco de eclosão de um surto de cólera que preocupa as autoridades.

Subida do caudal do rio Zambeze ameaça terrenos agrícolas e infra-estruturas na localidade de Caia, centro de Moçambique.
Subida do caudal do rio Zambeze ameaça terrenos agrícolas e infra-estruturas na localidade de Caia, centro de Moçambique. Carlos Jossia
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As cheias deste mês de Março no Vale do Zambeze apanharam as populações desprevenidas. Segundo relatou à RFI o diretor adjunto do Instituto de Gestão de Calamidades (IGC), João Ribeiro, muitos habitantes surpreendidos pelas águas vivem habitualmente nas zonas altas. Mas o período de seca que o país está a atravessar levou-os temporariamente até às margens, para poderem irrigar as suas culturas.

As cerca de 130 mil pessoas afetadas pelas cheias estão agora a ser levadas para locais seguros. Alguns habitantes recusam abandonar as suas casas, mas as autoridades instauraram uma retirada obrigatória, no seguimento da aprovação em Conselho de Ministros do « Alerta Vermelho Institucional ». Alberto Nkutumula, porta-voz do Conselho de Ministros, confiou à Agência Lusa que Moçambique não prevê pedir ajuda internacional para lidar com as cheias, havendo capacidade interna para resolver a situação.

João Ribeiro relaciona a multiplicação das cheias no Zambeze com o aquecimento global: « Estas cheias no rio Zambeze aconteciam normalmente de dez em dez anos. Desde 2007, assistimos a uma cadência anual ». O diretor adjunto do IGC alerta para a necessidade de construir novas infraestruturas – diques, represas – por forma a controlar futuras inundações. Projectos de médio e longo prazo que implicam investimentos consideráveis e que o Estado não pode assumir sozinho, opina João Ribeiro.

A época das chuvas em Moçambique está a chegar ao fim mas ainda não é tempo de baixar os braços. O ciclone Hubert, que está a percorrer o Oceano Indico, pode arrastar para o território moçambicano fortes ventos e precipitação.

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