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Vilarejos foram totalmente destruídos por terremoto no Marrocos; equipes buscam sobreviventes

As autoridades marroquinas continuam contabilizando as vítimas e avaliando os estragos após o terremoto registrado na noite de sexta-feira (8) no Marrocos. Segundo o balanço divulgado no início da tarde deste sábado (9), mais de 800 pessoas morreram. Os hospitais estão sobrecarregados e alguns vilarejos foram totalmente destruídos.

Os vilarejos nas regiões montanhosas, como Moulay Brahim (foto), ao sul de Marrakech, foram os que mais sofreram.
Os vilarejos nas regiões montanhosas, como Moulay Brahim (foto), ao sul de Marrakech, foram os que mais sofreram. AFP - FADEL SENNA
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Com informações de Seddik Khalfi, correspondente da RFI no Marrocos

O terremoto deixou pelo menos 1037 mortos e 1204 feridos, centenas deles em estado grave, segundo o Ministério do Interior. As autoridades informaram que mais de um terço das mortes foram registradas em Al Hauz, província onde está o epicentro do terremoto, e em Tarundant, mais ao sul. O tremor provocou o desabamento de vários prédios nessas duas províncias, no sudoeste do país.

O choque foi sentido até na capital Rabat, a centenas de quilômetros de distância, e em cidades costeiras como Casablanca ou Essaouira, até mesmo no país vizinho, a Argélia, onde as autoridades descartaram danos ou vítimas.

Desde o início da noite, o principal hospital de Marrakech está sobrecarregado. O centro regional de doação de sangue pede a mobilização da população.

Mesmo se muitas imagens divulgadas nas redes sociais mostram a destruição parcial em grandes cidades, como Marrakech ou Ouarzazate, a situação é mais preocupante nas zonas mais isoladas da região montanhosa do país. Praticamente todos os vilarejos nos arredores de Moulay Brahim e Taloudennt foram atingidos.

Segundo testemunhos recolhidos pela RFI, os vilarejos de Asni e de Ouiargane foram totalmente destruídos. As casas tradicionais, construídas em pedra e argila, mais vulneráveis, foram as primeiras a desmoronar.

Diante da falta de estradas acessíveis, os moradores tiveram que esperar durante toda a noite até que as primeiras equipes de socorro pudessem chegar às zonas mais atingidas. Helicópteros da polícia foram mobilizados para ajudar nas operações de socorro nos vilarejos mais isolados.

Testemunhas falam de cadáveres empilhados nas ruas, entre as casas destruídas. A população está protegendo os corpos das vítimas com cobertores, esperando para que possam ser sepultados.

“Nunca vivi algo tão violento. Não consegui dormir desde então”, relata uma moradora de Marrakech. “Eu tento dormir, pois passei uma noite em claro, mas não consigo, pois estou com medo das réplicas”, completa.

“O pânico era visível nas ruas”, contou à RFI Abderrahim, outro morador de Marrakech. “As pessoas saiam de suas casas carregando cobertores e colchões, pois ninguém queria passar a noite em casa. Tinha engarrafamentos imensos. Muitos estacionavam seus carros para dormir no acostamento”.

Mobilização internacional

O terremoto suscitou um movimento de solidariedade internacional. Vários líderes enviaram mensagens de apoio ao povo marroquino e ofereceram ajuda humanitária.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que está no Índia participando da cúpula do G20, declarou nas redes sociais que “a França está pronta para ajudar nos primeiros socorros”.

A chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, disse que seu país se coloca à disposição para “apoiar o Marrocos nessa situação de urgência”.

“Toda a minha solidariedade e todo o meu apoio ao povo de Marrocos depois deste terrível terremoto”, escreveu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, na rede X. O ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, especificou que “a Espanha ofereceu a Marrocos (...) equipes de socorro (...) mas também a sua ajuda para a reconstrução.”

O Reino Unido também informou estar “pronto para ajudar” o Marrocos “de todas as formas possíveis”, garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly. Mesmo tom do lado norte-americano, onde o presidente Joe Biden disse que está pronto a dar a assistência necessário ao povo marroquino e que faz tudo para “garantir que os norte-americanos no Marrocos estão em segurança”. Israel e Iraque também ofereceram ajuda.

Mensagens de solidariedade também foram enviadas pelo papa Francisco, pelos presidentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, ucraniano, Volodymyr Zelensky, e turco, Recep Tayyip Erdogan, cujo país foi devastado em fevereiro por um terremoto que deixou mais de 50 mil mortos e milhões de deslocados no sudeste do país.

A Argélia, que rompeu relações diplomáticas com Marrocos em 2021, durante uma crise entre os dois países, enviou uma mensagem de condolência “ao povo irmão”.

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