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Terroristas invadem hotel internacional na Somália; pelo menos 12 pessoas morreram

Pelo menos 12 pessoas, a maioria civis, morreram em meio ao confronto entre islamistas radicais Al Shabab e a polícia, durante um ataque a um hotel frequentado por autoridades na capital da Somália, Mogadíscio. As explosões e os tiros se prolongaram pela madrugada e a operação continua na manhã deste sábado (20).

Foto mostra parte traseira de hotel Hayat invadido por terroristas durante a noite desta sexta-feira (19), em Mogadício.
Foto mostra parte traseira de hotel Hayat invadido por terroristas durante a noite desta sexta-feira (19), em Mogadício. REUTERS - STRINGER
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Os terroristas invadiram o popular hotel Hayat na noite de sexta-feira (19), com dois carros bomba e disparos. Dezenas de civis puderam ser retirados em segurança, enquanto as forças de ordem cercaram os extremistas ao longo da madrugada.

"As forças de segurança continuaram a neutralizar os terroristas que estavam cercados em um quarto do prédio do hotel. A maioria das pessoas foi resgatada, mas pelo menos oito civis estão, nesta fase, confirmados mortos", disse um oficial de segurança somali, Mohamed Abdikadir, no sábado.

"As forças de segurança resgataram dezenas de civis, incluindo crianças, que ficaram presos no prédio", acrescentou Abdikadir.

Os agressores ainda estavam escondidos no hotel no início do sábado, com tiros esporádicos e fortes explosões ouvidas na área. O porta-voz da polícia somali, Abdifatah Adan Hassan, disse a repórteres que a explosão foi causada por um homem-bomba.

Testemunhas disseram que uma segunda explosão ocorreu alguns minutos após a primeira, causando baixas entre os socorristas, membros das forças de segurança e civis que correram para o hotel após a primeira explosão. Trata-se do maior atentado em Mogadíscio desde que o novo presidente da Somália, Hassan Cheikh Mohamed, assumiu o cargo, em maio.

Insurreição que há dura 15 anos

O grupo terrorista Al Shabab, que reivindicou a ação, é o braço da Al Qaeda no país. O grupo há 15 anos participa de uma insurreição contra o governo federal somali.

O porta-voz dos Shabab, Abdiaziz Abu-Musab, disse à emissora Radio Andalus, no sábado, que suas forças ainda controlavam o prédio e "infligiram pesadas baixas" às forças de segurança.

Os Shabab foram expulsos das principais cidades do país, incluindo Mogadíscio em 2011, mas continuam estabelecidos em vastas áreas rurais. Nos últimos meses, eles intensificaram seus ataques.

Ofensiva americana

Na quarta-feira, o exército americano anunciou que havia matado em um ataque aéreo 13 milicianos Shabab que atacavam soldados das forças regulares somalis em uma área remota do, no Chifre da África. Os Estados Unidos realizaram vários bombardeios aéreos contra os extremistas nas últimas semanas.

Em maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, decidiu restabelecer uma presença militar na Somália para combater os Shabab, aprovando um pedido do Pentágono, que considerou o sistema de rotativo decidido por Donald Trump no final de seu mandato muito arriscado e ineficaz.

Nas últimas semanas, os Shabab também realizaram ataques na fronteira entre a Somália e a Etiópia, levantando preocupações sobre a estabilidade nesta região fronteiriça. O novo presidente somali, Hassan Sheikh Mohamoud, disse no mês passado que uma abordagem militar é insuficiente para acabar com a violenta insurgência Al-Shabaab, enfatizando que seu governo só negociará com o grupo jihadista quando o momento for considerado apropriado.

No início de agosto, o primeiro-ministro Hamza Abdi Barre anunciou a nomeação de um ex-líder dos islamitas radicais que se tornou político, como ministro de Assuntos Religiosos. Muktar Robow, conhecido como Abu Mansour, desertou publicamente em agosto de 2017 do movimento que ajudou a fundar.

Com informações AFP e Reuters

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