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William Ruto vence presidencial no Quênia, mas resultado é contestado por comissão eleitoral

O presidente da Comissão Eleitoral do Quênia, Wafula Chebukati, declarou William Ruto vencedor da eleição presidencial com 50,49% dos votos, nesta segunda-feira (15), em Nairóbi, apesar da rejeição dos resultados por quatro dos sete membros do órgão que dirige, incluindo sua vice-presidente, que acusou o processo de "opaco". 

O presidente eleito do Quênia, William Ruto, após votar no dia do pleito, em 9 de agosto de 2022.
O presidente eleito do Quênia, William Ruto, após votar no dia do pleito, em 9 de agosto de 2022. AFP - SIMON MAINA
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Após seis dias de espera pelo resultado, seria este o início de uma crise política? Com pouco mais de 7 milhões de votos, o atual vice-presidente do Quênia, William Ruto, venceu por uma diferença de 233.211 votos o adversário Raila Odinga, figura histórica da oposição que recebeu o apoio do atual chefe de Estado, mas que ficou com apenas 48,85% dos votos, de acordo com o presidente da Comissão Eleitoral.

O ambicioso Ruto, de 55 anos, torna-se, assim, pelo menos no papel, o primeiro Kalenjin a ser eleito para o poder em 20 anos, sucedendo dois presidentes da etnia Kikuyu, incluindo o atual, Uhuro Kenyatta. Ele estava em campanha há muitos anos, pois parecia marginalizado por uma inesperada aliança entre o atual presidente e seu adversário histórico.

Logo após ter sido anunciado vencedor da eleição, William Ruto prometeu, em discurso, trabalhar com “todos os líderes políticos” do Quênia, em um país “transparente, aberto e democrático”. “Não há espaço para vinganças”, acrescentou, declarando-se “plenamente consciente” de que o país “está em uma fase em que precisamos de todos”.

Resultado contestado

No entanto, este resultado foi rejeitado, pouco antes do seu anúncio efetivo, pela maioria dos membros da Comissão Eleitoral - quatro dos sete comissários -, incluindo a vice-presidente Juliana Cherera, que declarou não poder "assumir a responsabilidade pelos resultados que serão anunciados",por causa da "natureza opaca do processo", ao mesmo tempo em que pedia "calma" aos quenianos.

"As pessoas podem ir ao tribunal e, por isso, pedimos aos quenianos que sejam pacíficos, porque o Estado de direito prevalecerá", acrescentou Cherera. 

Entre as principais promessas de campanha de William Ruto estão baixar o custo dos alimentos diante da inflação galopante e priorizar o emprego, principalmente para os jovens. "Vamos desenvolver nossa indústria têxtil, de cobre, de madeira, para criar oportunidades de trabalho suficientes", revelou ele no início deste mês em Nyeri.

A eleição presidencial ocorreu em 9 de agosto de forma tranquila, sem a participação do atual presidente Uhuru Kenyatta, no poder desde 2013 e que não tinha o direito de concorrer a um terceiro mandato.

Se tudo correr bem, seu ex-companheiro de chapa, William Samoei Ruto, se tornará o quinto chefe de Estado queniano.

Desde 2002, todas as eleições presidenciais do Quênia foram contestadas nas ruas ou nos tribunais. No passado, a violência pós-eleitoral foi motivo de derramamento de sangue.

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