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Crise climática agrava seca na Etiópia, onde 185 mil crianças estão subnutridas, alerta ONG

A taxa de desnutrição explodiu no leste e no sul da Etiópia devido à seca e mais de 185.000 crianças sofrem de subnutrição, de acordo com dados divulgados pela ONG Save the Children nesta quinta-feira (16). Para a organização, a falta de chuvas na região se agrava devido à crise climática e pode piorar nos próximos meses.  

Uma mulher observa a carcaça de um boi, na seca que afeta a região de Somali, na Etiópia.
Uma mulher observa a carcaça de um boi, na seca que afeta a região de Somali, na Etiópia. via REUTERS - WORLD FOOD PROGRAMME
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“Mais de um milhão de pessoas precisam de ajuda nutricional urgente nas regiões Somali, Oromia, SNNP (Região das Nações, Nacionalidades e povos do sul) e Sudoeste”, explica a organização em um comunicado. Estas áreas cobrem um quarto do sudeste e uma grande parte do sudoeste do país, com120 milhões de habitantes, a segunda zona mais populosa da África.

Na região Somali, uma das mais atingidas pela seca que devasta o Chifre da África onde praticamente não choveu há ao menos 18 meses, a taxa de desnutrição aumentou em 64% em um ano, e de 43% somente entre janeiro e abril de 2022, de acordo com a Save The Children.

Durante este período, foram registrados mais de 50.000 casos de desnutrição aguda severa, a forma mais grave e letal em crianças, que necessita tratamento de urgência para evitar a morte, acrescenta a ONG.

Na região, a maior parte da comunidade de pastores nômades da zona administrativa de Dawa está “a beira da fome”, alerta Save The Children que informa que “as famílias indicam que muitas crianças não recebiam nenhuma refeição por dia”.

Save The Children acredita que “a desnutrição extrema vai piorar nos próximos meses”, porque os rebanhos nessas regiões foram dizimados pela seca.

Longa estiagem

Há quase dois anos, a estiagem “mais longa da história recente” atinge o a região do Chifre da África e ameaça uma parte de sua população de fome, de acordo com a OCHA, a Agência humanitária da ONU.

Em muitas regiões da Etiópia, do Quênia e da Somália, a quarta estação de chuvas — elas têm duas por ano — praticamente não teve precipitações. A última delas, entre março e maio, pode ser “a mais seca registrada”, de acordo com a OCHA.

A seca afeta por volta de 8,1 milhões de pessoas na Etiópia e às condições climáticas se unem conflitos, principalmente no norte do país. “O fracasso em acelerar a luta contra a crise climática e a prevenção de conflitos no mundo perpetua um sistema de dependência da ajuda humanitária”, afirma Save The Children no relatório “Um atraso perigoso 2, o custo da inação”.  

“Em todo o país, 30 milhões de pessoas — um quarto da população — entre eles 12 milhões de crianças, dependem da ajuda humanitária”, estima a ONG. “As crianças, principalmente as menores, são as mais atingidas por uma crise desesperadora, com muitos pontos problemáticos, na Etiópia”, explicou Xavier Joubert, diretor da organização no país.

(Com informações da AFP)

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