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África do Sul: inundações já deixaram quase 400 mortos e 41 mil afetados

Cinco dias após o início das inundações na África do Sul, que deixaram quase 400 mortos e 41 mil afetados, a busca por pessoas desaparecidas no caos da destruição se intensificou nesta sexta-feira (15), com a esperança cada vez menor de encontrar sobreviventes.

Pessoas caminham em uma ponte improvisada em Ntuzuma, nos arredores de Durban, África do Sul, em 12 de abril de 2022.
Pessoas caminham em uma ponte improvisada em Ntuzuma, nos arredores de Durban, África do Sul, em 12 de abril de 2022. AP - STR
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Pelo menos 55 pessoas ainda são procuradas. O exército com helicópteros e mais de 4 mil policiais foram mobilizados. Mas o trabalho dos socorristas, que vasculham o chão com enorme cuidado, consiste principalmente na retirada de corpos.

"O número de mortes continua a aumentar. O número mais recente é de 395 mortos", informaram as autoridades. A maioria das vítimas foi registrada na região de Durban, cidade portuária de KwaZulu-Natal, aberta ao Oceano Índico, atingida pelas fortes chuvas que começaram no último fim de semana.

O presidente Cyril Ramaphosa, em viagem a Mpumalanga (nordeste), por ocasião das férias da Páscoa, lamentou o desastre "nunca visto antes no país" e pediu oração pelas vítimas.

Mais chuvas são esperadas em grande parte da província. O Instituto Meteorológico da África do Sul alertou para tempestades e risco adicional de inundações no fim de semana. Ventos fortes também são anunciados ao longo da costa, prevendo-se que o mau tempo se estenda às províncias vizinhas do Estado Livre (centro) e do Cabo Oriental (sudeste), onde já foi registada uma morte.

As autoridades temem que esse novo episódio de mau tempo atrapalhe ainda mais as operações de socorro, já desaceleradas em função das infraestruturas danificadas e as dificuldades de acesso. O operador de transportes públicos, Transnet, declarou progressos na reparação dos eixos principais. O ministro dos Transportes declarou que será dada prioridade à reabilitação de pontes. A atividade no porto, um dos mais importantes da África, foi parcialmente retomada. As autoridades estimam centenas de milhões de euros em danos.

Estado de calamidade

Cerca de 4 mil casas foram completamente destruídas, mais de 13,5 mil danificadas, colocando milhares de pessoas nas ruas, de acordo com o Ministério da Habitação. Acomodações de emergência foram abertas, mas não atendem à demanda. Algumas pessoas dormem há dias em cadeiras ou pedaços de papelão colocados no chão. Em algumas áreas, a água e a eletricidade foram cortadas desde segunda-feira (11). Pessoas em desespero foram vistas tirando água de canos estourados. O estado de calamidade foi declarado.

Em Isipingo, no subúrbio de Durban, rapidamente uma fila se formou próxima a um caminhão que distribuía arroz, macarrão, açúcar, além de água e colchões. "A água começou a transbordar, é como se o lago e o rio tivessem explodido, tudo aconteceu em 30 minutos", disse Mohammed Parakh à AFP, enquanto aguardava na fila.

No dia anterior, algumas manifestações irromperam exigindo ajuda. As autoridades na cidade de Durban pediram "paciência", já que as operações de socorro estão sendo retardadas "devido à extensão dos danos nas estradas". As autoridades locais também pedem doações. Casos de saques foram relatados. A região já havia passado por uma forte destruição em julho, durante uma onda sem precedentes de tumultos e saques.

Pela manhã, voluntários munidos com luvas e sacos de lixo começaram a limpar as praias de Durban, que costumam ser frequentadas por famílias e turistas. "É a minha praia, onde levo meus filhos, onde passamos nossos finais de semana", conta Morne Mustard, cientista da computação de 35 anos, entre os voluntários da popular praia de Umhlanga. Mustard sobreviveu ao dilúvio, "uma devastação absoluta, uma visão horrível", diz ele, descrevendo todo tipo de lixo e objetos, vassouras, utensílios, levados pelas águas em direção à praia.

Eventos climáticos extremos

A África Meridional é regularmente afetada por tempestades mortais durante a temporada de furacões, de novembro a abril. Mas a África do Sul é geralmente poupada desses eventos climáticos extremos que se formam sobre o Oceano Índico.

(Com informações da AFP)

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