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Presidente do Mali e premiê são presos durante motim e comunidade internacional denuncia “golpe”

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram detidos nesta terça-feira (18) por soldados amotinados. Eles teriam sido levados para uma base militar na periferia da capital Bamaco, segundo informações das autoridades locais.

Soldados foram para o centro de Bamaco após terem anunciado a detenção do presidente e do primeiro-ministro do Mali.
Soldados foram para o centro de Bamaco após terem anunciado a detenção do presidente e do primeiro-ministro do Mali. MALIK KONATE / AFP
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As tensões tiveram início no final da manhã, quando soldados começaram a atirar na base militar de Kati, na periferia da capital do Mali, país alvo de ameaças de grupos jihadistas, mas que há dois meses também enfrenta uma grave crise política.

No final do dia, um líder militar, que não quis se identificar, informou que o chefe de Estado e o premiê estavam detidos. "Podemos dizer que o presidente e o primeiro-ministro estão sob nosso controle. Nós os detivemos em seu domicílio [do chefe de Estado]". Em seguida, os dois políticos teriam sido levados para a base militar de Kati, segundo informações confirmadas pela direção de comunicação do governo.

Logo depois, os soldados rebeldes se dirigiram para o centro da capital. Eles foram aclamados por manifestantes, que pediam a queda do chefe de Estado.

ONU convoca reunião de urgência

A detenção dos líderes políticos suscitou reações imediatas da comunidade internacional. O secretário Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu a liberação “imediata em sem condições” do presidente e do primeiro-ministro. O Conselho de Segurança das ONU convocou uma reunião de urgência para quarta-feira (19).

Já o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou o que qualificou de “tentativa de golpe de Estado” no Mali. Bruxelas disse recusar qualquer tipo de mudança anticonstitucional. “Isso não pode, de forma alguma, ser uma resposta à crise sociopolítica que atinge o Mali há meses”, informou o representante da UE por meio de um comunicado.  

"Condeno energicamente a detenção do presidente Ibrahim Boubacar Keita, (do) primeiro-ministro (Boubou Cissé) e (de) outros membros do governo do Mali e peço sua libertação imediata", escreveu nas redes sociais o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat. “Peço que a Cedeao (Comunidade econômica dos Estados da África do Oeste), as Nações Unidas e toda a comunidade internacional unam seus esforços para se opor ao uso da força para uma saída da crise política no Mali”, reiterou.  

Antes mesmo da detenção dos líderes políticos, os Estados Unidos e a França já havia expressado sua preocupação com a situação e denunciavam qualquer tipo de usurpação do poder oficial no país africano. Após discutir sobre a crise com os presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, e o Senegal, Macky Sall, o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, disse que acompanha a situação com atenção e declarou seu apoio às tentativas de medição em andamento.  

Há dias uma coalizão composta por opositores políticos, líderes religiosos e membros da sociedade civil se manifesta no Mali pedindo a saída do presidente Keita, acusado de má gestão.

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