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Rússia

Embaixador russo assassinado na Turquia é homenageado em Moscou

A Rússia prestou uma homenagem nacional nesta quinta-feira (22) a seu embaixador assassinado na Turquia, Andrei Karlov. Ancara atribui o crime ao movimento do clérigo Fethullah Gulen, apesar de Moscou afirmar que ainda é cedo para tirar conclusões sobre o incidente.

O presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (22) diante do caixão do embaixador Andrei Karlov, assassinado na Turquia na segunda-feira (19).
O presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (22) diante do caixão do embaixador Andrei Karlov, assassinado na Turquia na segunda-feira (19). Sputnik/Kremlin/Alexei Nikolskyi via REUTERS
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O corpo de Karlov, repatriado na terça-feira (20), foi exposto em caixão aberto na sede do ministério russo das Relações Exteriores, ao lado de uma bandeira do país. Logo depois, uma missa em homenagem ao diplomata foi realizada na catedral de Cristo Salvador, em Moscou.

O presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, o chefe da diplomacia Serguei Lavrov e o conjunto da elite política do país compareceram ao local para prestar homenagens a Karlov.

Para Lavrov, o embaixador, de 62 anos, "foi vítima de um ato terrorista covarde e terrível, enquanto exercia seu dever profissional". A declaração foi feita diante da esposa e do filho do embaixador assassinado na Turquia.

Putin concedeu na quarta-feira (21) o título de herói da Rússia a Karlov, em caráter póstumo, por sua "coragem e grande contribuição" à política externa russa.

Assassinato foi "uma provocação"

O assassinato do diplomata por um policial turco em uma galeria de arte de Ancara na segunda-feira (19) foi denunciado por Rússia e Turquia como uma "provocação", com o objetivo de minar as relações que os dois países estão restabelecendo após quase um ano de crise. As duas nações estão em lados opostos na guerra da Síria: a Rússia apoia o regime de Bashar al-Assad e a Turquia os rebeldes que lutam contra ele. As relações se deterioraram depois que Ancara derrubou um avião militar russo perto da fronteira turca com a Síria.

Na noite da última segunda-feira, diante de câmeras, Mevlüt Mert Altintas, um policial de 22 anos, atirou nove vezes contra o embaixador Karlov, gritando "Allah Akbar" (Deus é grande). Antes de ser morto pelas forças de segurança, ele ainda afirmou que pretendia vingar a tragédia na cidade síria de Aleppo, onde as forças da Rússia, principal aliada de Bashar al-Assad, foram essenciais na expulsão da rebelião.

Turquia diz que Gulen é o comandante do crime

Apesar das declarações de Altintas, que parecem vincular o assassinato à situação na Síria, os investigadores turcos continuam a privilegiar a pista do movimento de Fethullah Gulen, inimigo do presidente Recep Tayyip Erdogan. O líder acusa o opositor de ter planejado a tentativa de golpe militar de julho. Gulen, que vive nos Estados Unidos há 17 anos, nega a acusação.

Na quarta-feira (21), a imprensa turca revelou que Altintas trabalhou oito vezes como segurança de Erdogan desde a tentativa de golpe militar no país, informação que poderia ser uma reviravolta no caso. Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que não se deve tirar conclusões apressadas" e pediu que as pessoas "aguardem os resultados do trabalho dos investigadores".

As autoridades turcas liberaram nesta quinta-feira os integrantes da família do agressor. Os pais, a irmã, dois tios e uma tia de Altintas estavam em detenção preventiva desde segunda-feira. De acordo com a a Anadolu, a agência de notícias vinculada ao governo turco, os investigadores procuram 120 pessoas relacionadas com o assassinato.

(Com informações da AFP)

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