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Segurança/ Informática

Até ONU foi espionada em "maior ciberataque da história", diz empresa

Reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal americano The Washington Post revela que mais de 72 organizações internacionais, entre elas a Onu e grandes grupos americanos de Defesa, foram alvos de um grande caso de espionagem pela internet. A informação é baseada em um documento da empresa de segurança informática McAfee, que hoje confirmou a denúncia.

Sede da ONU em Genebra, Suiça.
Sede da ONU em Genebra, Suiça. Flickr
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A McAfee afirma que esta é a maior série de ciberataques da história e que há um "ator estatal" por trás das invasões, que ocorreram ao longo de um período de cinco anos. A empresa não quis especificar a qual país se referia, mas um especialista ligado à investigação interna disse ao jornal, em anonimato, que as evidências apontam para a China.

A lista de vítimas dos ataques inclui os governos dos Estados Unidos, de Taiwan, da Índia, da Coreia do Sul, do Vietnã e do Canadá, além da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), do Comitê Olímpico Internacional, da Agência Mundial Antidoping e de uma série de companhias privadas, do setor de Defesa ao de alta tecnologia. Os ataques se iniciaram bem antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Todos as empresas e órgãos espionados foram avisados pela McAfee.

No caso das Nações Unidas, os piratas virtuais invadiram o sistema de computadores da secretaria da organização, em Genebra, em 2008. Desde então, os invasores passaram dois anos acessando informações secretas, segundo a McAfee, fabricante de programas antivírus para computadores.

"Mesmo nós ficamos surpresos pela enorme diversidade das organizações atacadas e ficamos chocados com a audácia dos piratas virtuais", disse o vice-presidente de pesquisa de ameaças da McAfee, Dmitri Alperovitch, em um relatório de 14 páginas divulgado nesta quarta-feira.

"As empresas e agências do governo estão sendo atacadas todos os dias. Elas estão perdendo vantagem econômica e segredos nacionais para competidores inescrupulosos", disse Alperovitch à agência de notícias Reuters. "Esta é a maior transferência de riqueza em termos de propriedade intelectual da história. A escala em que isto está acontecendo é realmente, realmente assustadora."

A McAfee afirma ter descoberto a amplitude dos ciberataques em março deste ano, quando seus pesquisadores perceberam sinais dos ataques enquanto revisavam o conteúdo de um servidor, como parte de uma investigação de brechas de segurança em empresas de Defesa. Alguns dos ataques duraram apenas um mês, mas o mais longo persistiu por 28 meses e foi contra o Comitê Olímpico de um país asiático não identificado, segundo a empresa de segurança.
 

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