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Governo francês fecha mesquitas suspeitas de radicalização

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou nesta quarta-feira (2) o fechamento de quatro mesquitas na França suspeitas de radicalização de fiéis. A decisão faz parte do estado de emergência, decretado em todo o país após os atentados que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos em Paris no dia 13 de novembro.

A mesquita de Lagny-Sur-Marne, na região parisiense, foi fechada na manhã desta quarta-feira (2).
A mesquita de Lagny-Sur-Marne, na região parisiense, foi fechada na manhã desta quarta-feira (2). AFP/THOMAS SAMSON
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De acordo com Cazeneuve, duas mesquitas foram fechadas na semana passada, em Lyon, no leste da França, e em Gennevilliers, na região parisiense. A terceira foi fechada nesta manhã na cidade de Lagny-Sur-Marne, também nos arredores de Paris. No local, foram encontrados uma pistola e documentos sobre a jihad. Uma quarto local de culto muçulmano, em Nice, no sul do país, também foi interditado, mas o ministro não informou quando.

"É o terrorismo que ameaça a liberdade hoje, não o estado de emergência. Combatemos o terrorismo e o venceremos com as armas da República", declarou Cazeneuve, em coletiva de imprensa. O ministro também ressaltou que essa é a primeira vez que o governo fecha lugares de culto e assinalou que a operação policial desta quarta-feira também proibiu 22 indivíduos de deixar o território francês e decretou 9 prisões domiciliares.

Para mostrar a eficácia das operações policiais, Cazeneuve anunciou que 2.235 batidas foram realizadas no país após o anúncio do estado de emergência. No total, 232 pessoas foram detidas para interrogatório, 334 armas foram apreendidas (34 de guerra) e 330 pessoas estão em prisão domiciliar. Nos últimos 15 dias, segundo o ministro, a quantidade de material bélico encontrada é maior do que o que é normalmente confiscado no período de um ano.

Segundo ele, a mesquita de Lagny-Sur-Marne já era conhecida das autoridades por suas pregações radicais. Desde 2012, 65 religiosos radicais foram expulsos do país, 34 só em 2015. Seis pessoas que tinham a dupla nacionalidade tiveram o passaporte francês retirado por atividades terroristas desde 2012.

França já discute prolongação do estado de emergência

O governo francês já começa a especular sobre a necessidade de prolongar o estado de emergência no país, depois que o vigente no momento acabar, no final de fevereiro de 2016. No entanto, algumas lideranças políticas temem que a medida favoreça a popularização do partido de extrema-direita Frente Nacional, que prega a expulsão de estrangeiros, principalmente os de origem árabe, e responsabiliza a comunidade muçulmana pelos atentados.

"O estado de emergência deve se limitar ao período necessário", declarou o ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin, ao canal francês BFM TV. "Se quisermos dar as chaves de nosso país à Frente Nacional, não poderíamos fazer melhor", advertiu.

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