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Turquia/União Europeia

Cúpula entre Turquia e UE será decisiva para crise da imigração, diz especialista

Para a especialista francesa, a reunião entre a União Europeia e a Turquia que acontece no próxima dia sete de março será determinante para resolver a crise migratória. A polícia reagiu com violência nesta segunda-feira (29) na fronteira entre a Grécia e a Macedônia, jogando bombas de gás lacrimogêneo em centenas de pessoas, inclusive crianças, que tentavam forçar a passagem.

Migrantes e refugiados entre eles crianças, fogem depois que a polícia da Macedônia disparou gás lacrimogêneo contra centenas de pessoas que tentavam romper a cerca da fronteira grega em Idomeni, em 29 de Fevereiro, de 2016.
Migrantes e refugiados entre eles crianças, fogem depois que a polícia da Macedônia disparou gás lacrimogêneo contra centenas de pessoas que tentavam romper a cerca da fronteira grega em Idomeni, em 29 de Fevereiro, de 2016. LOUISA GOULIAMAKI / AFP
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A Grécia alertou recentemente a comunidade internacional que entre 50 e 70 mil pessoas ficarão bloqueadas no país a partir de março, contra 22 mil atualmente. A Grécia é a porta de entrada na Europa dos imigrantes que partem da costa turca.

Entrevistada pela RFI, a diretora de pesquisas da Sciences Po, especializada em migração internacional, Catherine Wihtol Wenden, declarou que no próximo dia 7 de março, a Cúpula Turquia-EU será um momento determinante para discutir o futuro dos imigrantes.

“Essa é uma cúpula essencial. A Turquia pede a supressão de vistos para os turcos que quiserem viajar para a Europa, porque hoje tem um saldo migratório negativo: há mais turcos que voltam para a Turquia estando na Europa que turcos trabalhando na Europa. Isso seria uma revolução, porque todos os os cidadãos de países não-europeus precisam de visto”. 

A “moeda de troca” seria a autorização para receber 2,2 milhões de sírios que fogem do conflito no país, além de um pacote de ajuda de € 3 bilhões para ajudar o país a receber os imigrantes, além da reprise das negociações para a adesão da Turquia na União Europeia. “A Europa está a pronta a se apoiar na Turquia para controlar essa entrada massiva de imigrantes em seu território”.

A porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, anunciou nesta segunda-feira que um plano de emergência será elaborado para ajudar a Grécia e prevenir uma eventual crise humanitária. Em Atenas, uma reunião extraordinária está prevista nesta segunda-feira para gerenciar o problema das infraestruturas de recepção dos imigrantes. Dois campos, com capacidade para acolher 2 mil pessoas, acabam de ser instalados.

Polícia grega joga bombas de gás lacrimogêneo na fronteira com a Macedônia

Neste domingo, a Macedônia não autorizou a entrada de praticamente nenhum imigrante. Somente nesta segunda-feira 300 iraquianos e sírios puderam entrar no país, mas no meio dia, outros 300 imigrantes, incluindo mulheres e crianças, forçaram a barreira e tentaram entrar à força. Os policiais então reagiram jogando bombas de gás lacrimogêneo. Segundo a ONG Médicos do Mundo, mais de 30 pessoas tiveram que ser atendidas.

"A reação da polícia hoje na Macedônia dá a impressão de que a Europa tem medo e de que falta “generosidade”, influenciada, talvez pelo crescimento dos partidos de extrema-direita”, comentou Wihtol Wenden. Alguns membros desses partidos, diz, chegaram mesmo a declarar que os representantes da Europa deveriam desperdiçar o tempo gasto com os imigrantes em discussões sobre como salvar a zona do euro.

Mais de 7 mil pessoas e refugiados continuavam bloqueados nesta segunda-feira no posto grego de Idomeni depois da decisão de vários países de impor cotas de imigrantes. Depois da Áustria, o primeiro país a limitar o número de pessoas em seu território, a Croácia, a Eslovênia e outros membros da União Europeia, como a Macedônia e a Sérvia, decidiram restringir o acesso a seus territórios, provocando diversos protestos.

 

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