Pressionada para controlar melhor suas fronteiras, Grécia pede ajuda
Diante da crise migratória, as autoridades europeias estão pressionando cada vez mais a Grécia para controlar melhor suas fronteiras. O governo grego admite falhas nos controles, mas reclama da falta de contribuição do resto da União Europeia. Os rumores de que Bruxelas estaria ameaçando excluir o país do espaço Schengen foram desmentidos.
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Durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (3), o ministro grego responsável pela Política Migratória, Iannis Mouzalas, admitiu que a gestão do fluxo de migrantes registrou algumas “falhas e atrasos”. No entanto, o representante de Atenas também cobrou mais participação da Europa nos controles. “Nós esperamos que nossos parceiros façam ofertas generosas”, disse o ministro, lembrando que Atenas pede “ambulâncias, caminhões, combustível, barracas e coberturas, mas também pessoas que possam ajudar a controlar os campos de acolhimento dos imigrantes”.
Mouzalas também ressaltou que os parceiros europeus haviam prometido receber nos próximos dois anos 66.400 refugiados sírios, iraquianos e eritreus que desembarcaram na Grécia. No entanto, até agora apenas 295 lugares foram oferecidos, acusa o ministro.
A Grécia desmentiu as informações sobre sua possível exclusão da zona de livre circulação do espaço Schengen, divulgadas esta semana jornal Financial Times. Segundo o diário, a União Europeia teria cogitado sancionar o país por causa de sua gestão ineficaz dos fluxos migratórios.
Confrontos entre migrantes na fronteira entre Grécia e Macedônia
Vários grupos de migrantes se enfrentaram nesta quinta-feira na fronteira da Grécia com a Macedônia. Os incidentes, com pedras utilizadas como armas, envolveu grupos de migrantes autorizados a atravessar a fronteira e outros que não receberam autorização.
A polícia macedônia adotou um sistema de acordo com a nacionalidade dos migrantes. A situação, tensa há vários dias, piorou na quarta-feira, quando a Macedônia proibiu a entrada de um grupo de 500 migrantes, em sua maioria do Paquistão, Bangladesh e Marrocos, que tentaram passar por uma zona que não tem cercas.
Um homem chegou a ser eletrocutado nesta quinta-feira ao subir no teto de um trem, a 300 metros do posto fronteiriço. Outros migrantes carregaram o corpo da vítima e tentaram atravessar a fronteira à força, mas a polícia grega usou gás lacrimogêneo e decidiu fechar a entrada também a sírios, iraquianos e afegãos, que a princípio estavam autorizados a passar por procederem de países em conflito.
O ministro grego prometeu que uma solução será apresentada “nos próximos quinze dias” para a fronteira com a Macedônia, onde cerca de 5 mil migrantes estão bloqueados.
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