A nova vida de Dilma após o impeachment

Mal foi afastada, a presidente brasileira Dilma Rousseff já retomou seu combate para voltar ao cargo. Apesar de ser renegada por uma parte da opinião pública e pela maioria dos parlamentares, a chefe de Estado não pretende abandonar o poder e prepara sua defesa.

Dilma Rousseff já articula sua defesa e mobiliza a opinião pública. REUTERS/Adriano Machado

Achim Lippold, enviado especial a Brasília

Fora do cargo desde 12 de maio, a líder brasileira deve se acostumar agora com um novo dia-a-dia. No entanto, sua retirada política provisória não significa descanso, pois a presidente afastada deve preparar sua defesa e quer mobilizar a opinião pública a seu favor.

Para isso, ela poderá contar com alguns privilégios ligados ao cargo, negociados antes de sua saída do poder. Além da residência oficial e de uma equipe de conselheiros, Dilma mantém seus seguranças e médicos particulares. O salário da presidente, de R$ 31 mil, deve ser mantido, mesmo se militantes pró-impeachment lançaram nesta segunda-feira (16) uma ação na Justiça pedindo o corte de metade da remuneração de Dilma durante o afastamento.

Outro benefício que os opositores tentam bloquear é o uso do avião da FAB pela presidente, já que Dilma pretende usar a aeronave para viajar pelo Brasil e até mesmo no exterior para defender sua causa. Pois ao contrário do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que acompanhou o julgamento do seu processo de destituição em sua residência pessoal, a petista decidiu se mobilizar imediatamente. Dilma deve organizar várias reuniões públicas para denunciar o que ela qualifica de “golpe” e um site também será lançado para divulgar seus argumentos nas redes sociais.