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Um pulo em Paris

Paris tem programação de festas de Carnaval e do Ano-Novo Lunar chinês no fim de semana

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Em 2024, os parisienses têm pelo menos três boas razões para carnavalizar: as férias escolares de inverno acabam de começar, por um período de duas semanas, e o Carnaval está coincidindo com a chegada do Ano-Novo Lunar Chinês, neste sábado (10).

O desfile do Carnaval de Paris de 2015.
O desfile do Carnaval de Paris de 2015. ’Isabelle Malandrin/Carnaval de Paris
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O desfile de Carnaval de Paris acontece neste domingo (11), entre 13h e 20h, saindo da praça Gambetta (20° distrito) até a praça da República, no centro da capital. O tema escolhido neste ano é “poesia, pintura e filosofia”, em homenagem ao historiador Basile Pachkoff, que morreu em abril do ano passado. Pachkof, nascido em Paris, descendente de russos, era um carnavalesco na alma, também poeta e pintor. Ele ressuscitou o Carnaval de Paris em 1998, depois de um longo período de interrupção por causa da Segunda Guerra Mundial.

Pode parecer ficção, mas não é: historiadores franceses dizem que a verdadeira fonte de inspiração do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro foi a festa carnavalesca parisiense do século 19. Na época, o Carnaval de Paris era o mais importante do mundo. 

Os primeiros registros do evento, que era chamado de “Boi Gordo” e organizado pelos açougueiros de Paris às vésperas da terça-feira gorda (mardi gras), antes do início da Quaresma, são de 1739. O desfile se popularizou em meados do século 19, com os franceses passeando pelas ruas em carruagens enfeitadas. As pessoas se divertiam fazendo batalhas de confete.

Na época, Paris e a França serviam como uma espécie de farol, de modelo para as sociedades que estavam se organizando em outras regiões do mundo. Paris já tinha o carnaval mais conhecido, enquanto no Brasil Colônia existia a tradição do entrudo português – já adaptado aos trópicos –, em que a bricadeira era todo mundo se molhar, jogando água ou limão de cheiro uns nos outros.

Carnaval de Paris inspirou escolas de samba do Rio

Segundo historiadores, quando a diversão importada da França chegou ao Rio de Janeiro e encontrou o entrudo português, que era mais agressivo, mas, também mais animado, com mais música e forte influência afrobrasileira, aconteceu uma diversificação do Carnaval. A festa francesa, mais sofisticada e elegante no quesito das fantasias, deu origem ao carnaval carioca e às escolas de samba, que reúnem luxo e esplendor. 

Até hoje, o Carnaval de Paris é uma festa modesta, em comparação com os diferentes gêneros de música e dança brasileiros. Os franceses gostam de se fantasiar, de pintar o rosto, mas o povo sai na rua em pleno inverno europeu. Por isso, são menos corpos à mostra, embora brasileiros participem com trajes típicos da Sapucaí, de Salvador ou Olinda. Blocos de batucada vão animando o desfile, com os percussionistas vestidos com a mesma camisa ou mortalha do grupo.

Por ser um carnaval internacional, apesar de ter um tema, cada um se veste conforme a imaginação. Há pessoas que desfilam com roupas típicas do país de origem. Os franceses saem fantasiados de pirata, cavaleiro, príncipe, palhaço, urso e é bem provável que este ano apareçam muitos dragões, por causa do Ano-Novo Lunar chinês.

Carnaval e Ano-Novo chinês

O 13° distrito de Paris é o mais asiático da capital francesa, lugar de moradia e comércio de chineses, coreanos e vietnamitas, entre outras nacionalidades orientais. Sempre nesta época do Ano-Novo chinês acontece um festival de exposições, gastronomia, shows e espetáculos de dança pelas ruas do bairro. A programação começa neste sábado, data de início do Ano-Novo do Dragão de madeira, e vai até 24 de fevereiro. Como coincidiu com o Carnaval de Paris, o grande desfile com carros alegóricos chineses foi programado no outro sábado, dia 17, na praça da Bastilha.

As pessoas que nascem no ano do Dragão são consideradas carismáticas, gostam de aventura, costumam ter ambição, independência, visão, são confiantes, traços bastante positivos. Então, 2024 promete!

Grupos de samba brasileiros e DJs

Enquanto os canais de TV franceses exibem imagens do Carnaval no Brasil, brasileiros que moram na França e franceses que adoram o Brasil buscam festas locais para se divertir. A programação já começa na noite desta sexta-feira (9), com pelo menos dois eventos na capital. A péniche Le Mazette – barco ancorado no cais do rio Sena –, perto da praça da Bastilha, oferece um carnaval ao ritmo de música baiana, animado por DJs brasileiros até o amanhecer do sábado. O barco tem capacidade para acolher 900 pessoas, o que deve garantir um ambiente animado.

Em um espaço menor, um grupo de estudantes brasileiros da Faculdade de Direito Panthéon-Assas organizou um samba ao vivo, na noite desta sexta, num café do 11° distrito de Paris (Café de La Plage). 

O grupo de samba Parioká, formado apenas por mulheres, a maioria afrodescendentes, que se apresenta como “a roda de samba mais feminina de Paris”, vai tocar no dia 16 de fevereiro num bar do 6° distrito (Tennessee), na área de Saint-Germain-des-Près. De hoje até o sábado de Aleluia estão programadas várias festas de Carnaval brasileiro em Paris.

Em outras regiões da França

Fora da capital, a programação é extensa. O maior carnaval de rua do país acontece em Nice (sul), de 17 de fevereiro a 3 de março. Em Dunkerque (norte) são três meses de programação: começou em janeiro, com o pessoal saindo para tomar cerveja e dançar todas as noites em bares. O auge da festa acontece de sábado até terça-feira. Toulouse também tem carnaval animado, com cavaquinho e percussão brasileira, marcado para 30 de março.

Essa longa temporada de música e dança remonta às tradições pagãs e à época romana, quando surgiram festivais em homenagem aos deuses Saturno e Baco, para marcar a transição do inverno para a primavera no hemisfério norte, quando o frio e a escuridão ficam para trás, e os agricultores voltam a semear a terra.

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