Acessar o conteúdo principal
Um pulo em Paris

Franceses chegam ao final do ano sofrendo de fadiga pandêmica

Publicado em:

Pelo segundo ano consecutivo, as festas de Natal e Ano-Novo não terão o mesmo sabor de antes da pandemia. As cidades francesas estão bonitas, decoradas e iluminadas, mas quando todos pensavam que a vacinação tinha controlado a pandemia do coronavírus e restabelecido um pouco de liberdade, o aumento contínuo das contaminações gera um desânimo coletivo. 

A quinta onda da pandemia impacta o Natal e o Ano-Novo dos franceses.
A quinta onda da pandemia impacta o Natal e o Ano-Novo dos franceses. AP - Michel Euler
Publicidade

Os franceses se sentem exaustos, estressados com o excesso de trabalho e notícias ruins. Os médicos, principalmente clínicos gerais, que fazem a medicina de primeiro atendimento na França, dizem que a metade das consultas nesse final de ano são de pessoas com queixa de fadiga.

Uma pesquisa do instituto Ipsos para a Fundação Jean-Jaurès confirma esse fenômeno. Cerca de 70% dos entrevistados disseram estar com problemas de sono – insônia e dificuldade para se levantar de manhã. A estação do ano, outono-inverno, não ajuda com o tempo nublado e as baixas temperaturas. Especialistas dizem que o trabalho em home office sedentarizou demais as pessoas, agravando esses sintomas de cansaço extremo. 

As contaminções estão em alta, mas a França adotou menos medidas restritivas do que países vizinhos para conter a propagação. Por enquanto, o governo só determinou o fechamento das casas noturnas por um mês. Mas restaurantes, lojas, cinemas, teatros e museus seguem abertos. 

Nas últimas 24 horas, a França teve 57 mil novos casos positivos de Covid-19. Vendo o aumento das contaminações, as empresas cancelaram as confraternizações de Natal. Quem trabalha com serviço de bufê está desesperado de novo: compraram a mercadoria e os clientes desistiram das festas. Os coquetéis tradicionais dessa época do ano, com petits fours, champanhe e foie gras, foram a maioria cancelados.

O ministro da Saúde, Olivier Verán, passou a semana na televisão alertando sobre o agravamento da situação nos hospitais, e implorando para as pessoas tomarem a dose de reforço da vacina. 

Até esta sexta-feira, 12,5 milhões de franceses tinham tomado a terceira dose, que é importante para proteger inclusive contra a nova variante ômicron. Mas o ministro da Saúde não está satisfeito e disse que é preciso acelerar a campanha.

Farmácias abertas 7/7 para ajudar na vacinação

Na França, as farmácias abrem aos domingos apenas em rodízio de plantão; a maioria delas fecha. No entanto, o governo autorizou todas as farmácias a trabalharem aos domingos, até janeiro, para ajudar na vacinação. O ministro da Saúde estabeleceu a meta de vacinar 20 milhões de pessoas com a terceira dose até o Natal, para que os hospitais resistam à onda de casos graves. Os não vacinados correspondem a mais de 80% das hospitalizações.

Esta semana, especialistas deram versões distintas sobre quantos dias o sistema imunológico precisa para produzir novos anticorpos, a partir da terceira da injeção, seja Pfizer/BioNTech ou Moderna. A conclusão é que após sete dias do reforço vacinal, a pessoa está protegida contra a forma grave da doença, se contrair a delta. Por isso, existe essa correria aos centros de vacinação e farmácias  para ter o maior número de pessoas imunizadas uma semana antes da ceia de Natal.

Natal sóbrio em presentes

Apesar da recuperação da economia neste segundo semestre, um terço dos franceses (36%) acha que a situação vai piorar no ano que vem, segundo uma pesquisa YouGov para a consultoria Alix Partners recém-divulgada. A questão climática também mudou os hábitos, e as pessoas têm pensado no consumo de uma maneira mais responsável. Mesmo assim, os institutos de sondagem calculam que a média de gastos em presentes de Natal vai ficar em torno de € 416 por pessoa este ano, cerca de R$ 2.620. Os presentes na moda? Plantas e livros.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.