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Um pulo em Paris

Família de adolescente morta ao ser jogada no rio Sena organiza marcha contra violência

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Os familiares de Alisha, uma adolescente de 14 anos assassinada por dois colegas de classe nos arredores de Paris, organizam uma marcha no domingo em homenagem a jovem, que morreu afogada após ter sido jogada no rio Sena. O governo se prepara para anunciar medidas concretas para lutar contra a violência entre jovens e as brigas de gangues, que se multiplicam na França e fizeram várias vítimas nos últimos meses.

O assassinato de Alisha, que morreu afogada após ter sido jogada no rio Sena, comoveu a França.
O assassinato de Alisha, que morreu afogada após ter sido jogada no rio Sena, comoveu a França. REUTERS - GONZALO FUENTES
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A marcha está prevista para começar às 14 horas pelo horário local (10 horas em Brasília), diante do colégio Cognac-Jay, em Argenteuil, onde Alisha estudava. Os participantes devem caminhar até um parque às margens do rio Sena.

O casal de 15 anos, suspeito de ter assassinado a adolescente, confessou o crime e pode ser condenado a uma pena de até 20 anos de prisão. “Três vidas foram destruídas”, disse a mãe do rapaz, que denunciou o filho para a polícia ao descobrir o ato do jovem.

Segundo informações divulgadas pela polícia, o casal não demonstrou arrependimento ao ser interrogado. Mas Frank Berton, advogado do jovem, disse em entrevista ao canal de televisão BFM que seu cliente está apenas “começando a se dar conta da gravidade de seu gesto e de seu crime”.

Alisha conhecia seus agressores desde o início do ano escolar, em setembro de 2020. Ela chegou a namorar o seu agressor. Mas desde que eles se separaram, alguns meses depois, o rapaz e sua nova namorada começaram a persegui-la. O casal passou a insultá-la nas redes sociais e chegou a piratear a conta de Alisha no Snapchat, divulgando fotos imagens intimas da adolescente.

Na segunda-feira (8), o casal inventou um pretexto para atrair a atenção da jovem para um terreno vazio próximo a uma das margens do rio Sena. De acordo com a polícia, eles a espancaram e a jogaram, ainda viva, dentro do rio, onde ela morreu afogada.

Banalização da violência dentro e fora das redes sociais

A história de Alisha é apenas mais um dos inúmeros casos de violência envolvendo adolescentes recentemente na França. Além de brigas entre colegas de escolas, disputas de gangues e acertos de contas se multiplicam.

O ponto em comum com a maior parte desses caso é o envolvimento das redes sociais, onde os conflitos têm início e os casos de assédio virtual proliferam. “Esses jovens vivem em outro mundo, um mundo de redes sociais, no qual os adultos não estão presentes para antecipar e prevenir”, tentou explicar o advogado do agressor de Alisha. “Ninguém imaginava que a rivalidade entre três jovens poderia levar a um drama tão terrível”.

Uma reunião de ministros foi realizada nessa sexta-feira (12) para discutir medidas concretas para tentar conter a violência entre jovens na França. As autoridades cogitam o reforço da segurança nos arredores das escolas, maior controle da presença dos adolescentes nas salas de aula, aumento de serviços de mediação nos bairros frequentados por jovens e, principalmente, a implementação de sistemas de vigilância das redes sociais.

 

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