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França promete combater violência juvenil após adolescente encontrada morta no Sena

O governo francês prometeu que oficiais especializados irão se dedicar a enfrentar este tipo de violência extrema entre adolescentes, geralmente entre gangues. A decisão ocorreu após a morte de uma garota de 14 anos, que foi espancada e empurrada no rio Sena, perto de Paris, após um confronto com dois colegas de classe esta semana.

Esta fotografia mostra a área isolada em Boussy-Saint-Antoine, nos subúrbios ao sul de Paris, em 24 de fevereiro de 2021, após o assassinato de uma menina de 14 anos.
Esta fotografia mostra a área isolada em Boussy-Saint-Antoine, nos subúrbios ao sul de Paris, em 24 de fevereiro de 2021, após o assassinato de uma menina de 14 anos. AFP - THOMAS COEX
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Os ministros da Educação, Justiça e Interior da França se reunirão na sexta-feira (12) com o primeiro-ministro francês, Jean Castex, para discutir como enfrentar a onda de incidentes violentos entre os jovens, especialmente na região de Paris.

“Não podemos aceitar que esta violência se torne comum”, disse o porta-voz do governo, Gabriel Attal, a repórteres após uma reunião de gabinete nesta quarta-feira (10), acrescentando que o assassinato de uma menina de 14 anos na segunda-feira foi “absolutamente trágico” e que “não ficaria impune”.

Dois suspeitos - um casal de adolescentes que tinham aulas na mesma classe da vítima -, ambos com 15 anos, foram detidos na casa de um amigo, no subúrbio parisiense de Argenteuil, na madrugada da terça-feira (9).

Os investigadores disseram à agência AFP que o menino contou à mãe o que aconteceu e tirou as roupas cobertas de sangue, antes de fugir para a casa do amigo.

Depoimentos de colegas de classe e familiares das vítimas indicaram que a menina era perseguida pelo casal, que a ameaçava por meio de aplicativo de mensagens Snapchat.

“A violência atingiu seu auge na segunda-feira com a tragédia em Argenteuil”, escreveu a ministra regional da juventude, Sarah El Hairy, em suas redes sociais, expressando suas condolências à família da vítima.

“Vamos trabalhar juntos, ainda mais fortes, em nossa luta contra o assédio ... e o ciberassédio”, disse ela, acrescentando números de telefone de apoio a jovens.

Série de incidentes

O assassinato da adolescente na noite de segunda-feira é fruto do mais recente surto de violência juvenil na França, que testemunhou uma série de incidentes violentos nos últimos meses.

Também na segunda-feira, dois adolescentes de 14 e 16 anos foram deixados no hospital entre a vida e a morte após uma briga de gangues em Champigny-sur-Marne, a leste da capital.

No início deste mês, dois homens, de 17 e 27 anos, depuseram em frente a juízes após a morte a tiros de um jovem de 15 anos em Bondy, no subúrbio de Paris.

Dois garotos de 14 anos morreram após brigas no subúrbio de Essonne em fevereiro, e um garoto de 15 anos foi colocado em coma após uma surra em Paris, em janeiro.

Além da região parisiense, a polícia vem combatendo a violência urbana envolvendo jovens em Bron, perto de Lyon, e no departamento de Oise, ao norte da capital. 

Tensões da era Covid

Um conselheiro presidencial disse ao jornal Le Monde que o presidente francês, Emmanuel Macron, estava apreensivo com um “fenômeno novo e preocupante de disputas violentas entre jovens de 13 a 15 anos, onde armas estão aparecendo”.

De acordo com o jornal, o gabinete de Macron acha que a epidemia de Covid-19 e um toque de recolher às 18h em todo o país, imposto em janeiro, aumentaram as tensões entre os adolescentes. As redes sociais também foram associadas a um aumento no assédio aos jovens.

Espera-se que a reunião de sexta-feira com a Castex resulte em uma nova diretriz de segurança para combater a violência das gangues, a ser apresentada em maio.

Os resultados das pesquisas recentes sugerem que a onda de incidentes violentos prejudicou os índices de popularidade de Macron.

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