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Saúde em dia

Cansaço pode ser sintoma e precisa de avaliação médica

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É normal se sentir cansado no fim da semana ou depois de um dia cheio de trabalho. Mas, para algumas pessoas, a exaustão se torna um sintoma diário e deve ser diagnosticado, explica a especialista francesa Claire Le Jeunne, chefe do setor de Medicina Interna do Hospital Cochin, em Paris.

Entre 20 e 30 % dos franceses consultam um médico porque se sentem cansados
Entre 20 e 30 % dos franceses consultam um médico porque se sentem cansados © Unsplah - kinga-cichewicz
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As causas do cansaço físico, mental e social, podem ser variadas. Ele pode ser provocado por doenças crônicas e mentais, desequilíbrio hormonal, erros na alimentação ou horários de trabalho em turnos, que atrapalham nosso relógio interno. É ele quem regula as funções fisiológicas e o metabolismo.

Em todos os casos, quando a exaustão se transforma em astenia, ou desgaste generalizado, afetando o dia a dia, é preciso buscar ajuda médica. Na França, entre 20 e 30% das pessoas consultam porque se sentem cansadas demais.

De acordo com a especialista francesa, o cansaço crônico muitas vezes está associado ao acúmulo de noites mal dormidas ou curtas. Um episódio de exaustão, diz, também pode ser resultado de um período intenso de trabalho ou de uma sobrecarga mental.

Caso o sintoma persista durante pelo menos duas semanas, é hora de consultar e fazer exames de sangue. “Não existem exames específicos para diagnosticar o cansaço, mas há sinais. A idade do paciente também é bastante levada em conta, assim como as doenças que ele tem”, explicou Claire Le Jeunne ao programa Priorité Santé, da RFI.

Quando o paciente é mais velho e nunca reclamou de cansaço antes, a situação deve ser avaliada com mais cautela. Mas, no caso de jovens e adolescentes, diz, o sintoma está com frequência relacionado a um desequilíbrio na rotina: festas que terminam de madrugada, noites de estudo em claro, e excesso de exposição a telas, como videogame e celular.

O exame mais prescrito pelos médicos neste caso é o hemograma. Ele determina se há excesso ou carência de hemácias, os glóbulos vermelhos, ou de leucócitos, que são os glóbulos brancos, células de defesa presentes no sangue, na medula óssea e nos tecidos.

O hemograma pode detectar a existência de infecções ou suspeita de anemia, por exemplo, que é uma causa comum do cansaço.

“O papel dos glóbulos vermelhos é levar oxigênio para os tecidos, para que os músculos possam funcionar corretamente. Quanto menor a quantidade de glóbulos vermelhos, mais difícil será o trânsito do oxigênio. Esse esforço gera cansaço", explica Le Jeunne.

"Dependendo do grau da anemia, o paciente se sente cansado mesmo em repouso. Em geral, essa exaustão, está associada à falta de ar. Muitos pacientes, aliás, consultam primeiro o pneumologista, sendo que têm anemia, e não uma doença pulmonar”, explica.

Não existe remédio específico contra o cansaço, apesar da demanda dos pacientes. “Temos dois tipos de medicamentos: complementos alimentares que contêm magnésio, zinco ou vitamina C, ou medicamentos estimulantes, com cafeína.” A maioria das pessoas que se sente cansada demais, observa, já testou algumas dessas opções.

Burnout

O burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, também pode estar por trás do cansaço descrito por alguns pacientes, diz a especialista.

“São pessoas que, em um determinado momento, não conseguem mais se levantar para ir trabalhar e estão totalmente esgotadas. Essa situação gera licenças médicas prolongadas e a recuperação é lenta. Parece um pouco com a depressão, mas os antidepressivos não são muito eficazes nesse caso. Muitos pacientes também têm medo de ter uma recaída. ”

Em todos os casos, diz, o segredo para evitar o cansaço é ter uma vida saudável e dormir melhor, evitando os chamados estimulantes cerebrais como café, álcool e telas em excesso. Comer menos no jantar, afirma a especialista, também ajuda a preparar o corpo para uma boa noite de repouso, assim como manter uma atividade física regular.

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