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Saúde em dia

Plástica no nariz deve levar em conta riscos respiratórios, alerta cirurgiã

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Procedimento estético deve ser realizado com aval de otorrino, explica a especialista Suzy Vieira, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A consulta com um otorrino é fundamental antes de realizar uma cirurgia plástica no nariz.
A consulta com um otorrino é fundamental antes de realizar uma cirurgia plástica no nariz. Getty Images/iStockphoto - peakSTOCK
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A maioria dos pacientes que procura um cirurgião plástico para operar o nariz quer diminuí-lo de tamanho. Mas a decisão não pode ser apenas estética e baseada no "gosto" do freguês, já que há riscos para a saúde respiratória, lembra a cirurgiã plástica Suzy Vieira.

Alguns problemas devem ser corrigidos durante o procedimento, explica a especialista. Um deles é o desvio de septo, que ocorre quando a estrutura que separa as duas narinas não é reta. Em situações como essa é necessário que a operação seja feita em dupla, ou seja, com a participação do otorrino e do cirurgião plástico.

“Muitos problemas estéticos decorrem de um desvio do septo. Não adianta mexer na estrutura externa se o nariz internamente está comprometido. Ele é sustentado por ossos e cartilagem, e o aspecto interno pode comprometer também o externo”, detalha a cirurgiã.

Pacientes com outros problemas, como a hipertrofia dos cornetos nasais, também devem ficar atentos: a rinoplastia, em certos casos, pode piorar os sintomas.

Os cornetos são pequenas estruturas de osso, tecido e mucosa que aquecem e humidificam o fluxo de ar do nariz que é levado para os pulmões. Se forem estreitos demais, podem atrapalhar a respiração e gerar problemas nos dentes e até no maxilar.

Pessoas alérgicas, que têm rinite, por exemplo, também podem ter mais incômodo depois da operação, assim como os chamados “respiradores bucais”.

Análise da situação

A síndrome, gerada pelo aumento das amídalas ou da adenoide, atrapalha a passagem do ar pelo nariz e é comum em crianças. Se não for tratada, ela pode continuar gerando sintomas na idade adulta. Em geral, a pessoa respira e dorme de boca aberta.

De acordo com a médica, por esses motivos, o cirurgião plástico e o otorrino devem fazer a operação juntos. “Às vezes não é só fazer a rinoplastia externa, é necessário corrigir internamente”, sublinha Suzy Vieira.

Por isso a avaliação de um otorrino e sua presença no bloco operatório são essenciais, avalia. “Essa não é uma prática recente, mas o que é recente é a análise da situação antes da operação. Existe um procedimento chamado nasofibroscopia, que é uma espécie de câmera que entra pelo nariz e examina a parte interna, o que não conseguimos fazer no consultório de cirurgia plástica.”

 

A cirurgiã plástica Suzy Vieira diz que muitas vezes os pacientes são agressivos nas consultas
A cirurgiã plástica Suzy Vieira diz que muitas vezes os pacientes são agressivos nas consultas (Foto: Divulgação)

Maioria dos pacientes tem problema funcional

De acordo com a cirurgiã, cerca de 90% dos pacientes têm um problema funcional, ou seja, necessitam da presença de um otorrino para operar o nariz.

As rinoplastias também evoluíram, diz. Hoje, o nariz pequeno e arrebitado não é mais uma regra nas cirurgias estéticas, e deixou de ser um padrão, como foi o caso por muitos anos. “Com o passar dos anos, viu-se que isso não era adequado, nem esteticamente. As cirurgias nasais passaram então a ser preservadoras”.

Isso significa que os cirurgiões não aceitam; ou pelo menos não deveriam, mudar o rosto sem observar as proporções, baseando-se apenas na ideia do que é considerado esteticamente bonito para o paciente.

A decisão do formato dependerá, diz Suzy Vieira, da estrutura da face. “O nariz é um dos componentes do rosto, então a gente analisa como um todo. Às vezes o paciente acha que o nariz é grande, mas, na verdade, ele não tem queixo, por exemplo, e é isso que causa essa impressão, diz.

Em todo caso, o número de cirurgias vem aumentando, conta Suzy, e isso aconteceu inclusive durante a epidemia de Covid-19. "Aproveitando" o lockdown, muitos pacientes puderam passar o pós-operatório, que gera muito inchaço e deforma o rosto por alguns dias, escondidos atrás das máscaras.

“As pessoas que sempre desejaram operar o nariz se esconderam na máscara para fazer o procedimento e ninguém perceber”, conta Suzy, citando o caso de muitos pacientes. Ela lembra que, de todas as formas, é necessário um ano para que o resultado final da plástica seja visível.

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