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O Dia da Favela celebra “este povo de luta”, diz diretora da Central Única das Favelas na França

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Em 4 de novembro é celebrado o Dia da Favela. Mas este ano a favela será festejada, debatida, repensada de 4 a 10 de novembro, quando diversas atividades, no Brasil e no mundo, se propõem a ressignificar estas comunidades, enfatizar seus valores, mostrar seus desafios, mas também as soluções encontradas como alternativa à ausência do Estado, mostrando que este é um microcosmos de diversidade como tantos outros territórios.

Karina Tavares e Anderson Vieira, do escritório francês da Central Única das Favelas (Cufa).
Karina Tavares e Anderson Vieira, do escritório francês da Central Única das Favelas (Cufa). © RFI
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* Para acessar a íntegra da entrevista, clique em “ouvir”.

“Vai ter um grande movimento nacional e internacional para comemorar a resiliência desse povo que merece ser reconhecido como um povo de luta, que conseguiu conquistar muita coisa”, sintetiza Karina Tavares, diretora na França da Central Única das Favelas (Cufa), organização presente em cerca de 5 mil comunidades no Brasil.

Em Paris, o Dia da Favela será celebrado no domingo (5) com encontros, debates, atividades para as crianças e também com gastronomia, no espaço Le Jardin, no 20º distrito da capital francesa.

“Será organizada uma roda com a socióloga Rachel Gomes, com Bruno Paixão, ex-morador da Favela da Maré e que hoje é professor de geografia na França, e a atriz Cecília da Silva Alves, autora de um livro sobre o olhar do teatro na favela. Haverá também contação de histórias do livro Da Minha Janela, de Otávio Júnior, vencedor do prêmio Jabuti”, conta Tavares.

Uma das temáticas abordadas esse ano nas celebrações será o empreendedorismo. Na França, a Cufa organizará em 2024 a Expo Favela Innovation Paris, maior feira de negócios de favela do mundo.

“A Cufa está presente na França com dois objetivos principais. O primeiro são projetos de inserção por meio de culturas. E em 2025, queremos trazer para a França projetos com mulheres empreendedoras. A Expo Favela materializa esse objetivo de revelar talentos. Além da ponte entre a favela e o asfalto, agora queremos promover o diálogo entre as periferias e a elite francesa, que pode investir nesses talentos que ficam escondidos”, explica Tavares.

Orgulho

A edição de 2023 tem como grande homenageado o cantor e compositor Zeca Pagodinho, escolhido por exaltar a favela em suas músicas. O resgate da identidade e do orgulho dos moradores dessas comunidades também está no centro dos debates da Cufa.

Quando precisavam descer do morro para o asfalto, para conseguir um trabalho, as pessoas tinham que esconder onde moravam. Mas há uma mudança. As pessoas estão tendo essa identificação [com o lugar onde moram] e perdendo esse medo. As pessoas hoje se assumem: sou favelado sim, venho da favela, e tenho orgulho de dizer que sou da favela”, conta o psicólogo e pai de santo Anderson Vieira, que integra o escritório da Cufa em Paris.

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