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Produto pioneiro, cão-guia robô desenvolvido no Brasil chega à Europa

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O robô cão-guia Lysa é uma proposta pioneira para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência visual, desenvolvido no Brasil e que começa ser comercializada na França. Promovido pela startup Hefesto, fundada por Artur Ximenes, o robô tem a proposta de levar as pessoas cegas para o “seio da sociedade”.

Artur Ximenes, fundador e CEO da empresa Hefesto e criador do cão-guia robô Lisa.
Artur Ximenes, fundador e CEO da empresa Hefesto e criador do cão-guia robô Lisa. © Captura de tela
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Lysa é um robô único no mundo e desenvolvido com tecnologia 100% brasileira. “Existem, obviamente, cachorros robóticos, mas nenhum com destinação à pessoa com deficiência visual”, afirma Ximenes.

A ideia nasceu de uma professora da rede pública capixaba, Neide Sellin, inspirada por uma aluna durante uma aula de robótica. Ela então desenvolveu o projeto para ajudar pessoas com deficiência visual. 

Hoje, Lysa é comercializada na França pela startup de Ximenes. De acordo com ele, o cão-guia robô é o primeiro modelo produzido pela empresa e ainda restam pontos a serem aprimorados, mas Lysa está completamente pronta para a comercialização. Um segundo modelo deve ser produzido para "expandir a acessibilidade, sobretudo nos meios externos das ruas, dos bairros, das cidades”, afirma.

A principal vantagem do cão-guia robô é o custo benefício. “Levando em consideração a França, onde um cão-guia custa entre € 19.000 a € 25.000 (R$ 102.000 a R$ 134.000) com a vida útil de três a quatro anos após seu treinamento, que deve começar desde pequeno”, explica Ximenes. Lysa é comercializada na França por €9.000 (R$ 50.000).

“Obviamente, na nossa proposta, em nenhum momento a gente quer demonstrar que a Lysa será uma substituta do cão-guia, porque, obviamente, ela é um robô. O cão convencional possui igualmente o lado carinhoso, do afeto, que a Lisa obviamente não pode oferecer, pois é um robô”, esclarece.  

Atualmente, Lysa está sendo vendida para outras empresas apenas e funciona em lugares fechados como museus, hospitais ou shoppings.

Inclusão e acessibilidade

“Tivemos bons retornos aqui na França e no Brasil também, porque eu acho que é latente a questão da acessibilidade. Tanto nos países subdesenvolvidos quanto desenvolvidos, há muita problemática ainda sobre acessibilidade”, analisa.

“Hoje em dia, acho que também devemos passar pela nova revolução, que não basta mais só que o espaço seja acessível, que eu tenha algum suporte para me dar acessibilidade, mas que me dê um bem estar, que me dê uma qualidade de vida” diz Ximenes, ele mesmo com deficiência.

No mundo, 253 milhões de pessoas têm deficiência visual. No Brasil são 6,5 milhões e apenas cerca de 150 cães-guia. 

“Hoje, as políticas são voltadas sempre para a questão de compensação monetária. Eu te dou algum dinheiro, mas você fica em casa. Eu, como pessoa com deficiência física, não quero ficar em casa. Eu quero ir ao restaurante, ao museu, a um bar, eu quero consumir, eu quero comprar coisas, eu quero comprar roupa. E muitas vezes a maior parte dessas pessoas não tem acesso exatamente porque falta alguma tecnologia. Falta realmente uma proposta de acessibilidade”, defende.  

“O que estamos propondo é exatamente trazer o deficiente físico para o seio da sociedade”, afirma.

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