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Cravista brasileira apresenta em Paris composições do imperador D. Pedro I

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A cravista Rosana Lanzelotte, fundadora do portal Musica Brasilis, traz para Paris o recital "A Música da Independência", com obras de D. Pedro I e de outros musicistas importantes daquele período. O espetáculo será apresentado nesta quinta-feira (12) na Embaixada do Brasil em Paris, como parte das comemorações do bicentenário da Independência, que será festejado em 7 de setembro.

A cravista Rosana Lanzelotte, fundadora do portal Musica Brasilis.
A cravista Rosana Lanzelotte, fundadora do portal Musica Brasilis. © RFI
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Rosana Lanzelotte dividirá a cena com Antonio Interlandi, ator brasileiro radicado há vários anos na França e que interpretará, neste recital, o imperador brasileiro. As peças, exibidas recentemente em um espetáculo semelhante  no Rio de Janeiro, fazem parte do novo projeto do Musica Brasilis, que se propõe a resgatar e digitalizar 5 mil partituras de compositores brasileiros nos próximos três anos.

"É muito bom poder nesses 200 anos da Independência valorizar esse aspecto que é desconhecido do nosso imperador", diz Rosana Lanzelotte, em entrevista à RFI. Ele tocava diversos instrumentos, como piano forte, clarinete e outros instrumentos de sopro, além de cantar bem, segundo fontes da época. "D. Pedro I era um bom compositor e colocou o seu talento a favor do Brasil e de Portugal", aponta a cravista. 

Em Paris, o público conhecerá as duas obras mais importantes e mais conhecidas do regente português, que são o Hino Constitucional, que ele escreveu no Brasil em 1821, mas que se tornou o hino oficial português de 1834 até 1910, quando é proclamada a República em Portugal. "E o nosso querido Hino da Independência, que é um dos que mais gostamos", diz Lanzelotte. "Eu tenho essa admiração por um homem que tinha uma vida muito intensa, que não foi prolífico como compositor, mas o que ele nos deixou é digno de nossa admiração e desse resgate", acrescenta a cravista.

Principais compositores da época

Ao lado das criações do imperador, que abdicou ao trono brasileiro em 1831 e retornou para Portugal, serão apresentadas obras de outros autores relevantes daquele período, como José Maurício Nunes Garcia, o mais importante compositor brasileiro do fim do século 18 e início do 19, de Marcos Portugal, organista, maestro, autor de mais de 40 óperas e obras sacras, e também do pianista austríaco Sigismund von Neukomm, professor de D. Pedro I no Rio de Janeiro. 

"Todas essas partituras, assim como as de outros compositores em domínio público, fazem parte deste projeto que iniciamos este ano, em que temos a 'missão' de resgatar quase 5 mil partituras de músicos brasileiros", explica Lanzelotte. Esse trabalho de pesquisa, de identificação de manuscritos em acervos e instituições, seja no Brasil ou em Portugal, é fundamental para que a equipe do Musica Brasilis possa transcrevê-los em partituras, digitalizá-las e, em seguida, colocar em acesso gratuito no portal. "Se os músicos não podem tocar, o público não pode conhecer", diz a cravista. 

Os manuscritos, inacessíveis por falta de edições, serão editados com patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio financeiro do BNDES, no projeto denominado Acervo Digital de Partituras Brasileiras. Nos próximos três anos, a equipe do Musica Brasilis pretende quadruplicar o atual acervo, de cerca de 1.700 peças de 300 compositores.

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