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Multi-instrumentista brasileiro recupera em novo disco diálogo entre mestres do choro

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A "rivalidade" entre duas personalidades essenciais do choro brasileiro dos anos 1940-1960, dois verdadeiros gênios da música popular brasileira instrumental da época. Este é o mote de Rosivaldo Cordeiro, músico, arranjador e multi-instrumentista brasileiro radicado na França, para seu segundo disco em homenagem a Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo, mestres do choro, considerado o primeiro gênero instrumental popular do Brasil.

Rosivaldo Cordeiro, músico e multi-instrumentista brasileiro radicado na França, com o famoso instrumento de Jacob do Bandolim.
Rosivaldo Cordeiro, músico e multi-instrumentista brasileiro radicado na França, com o famoso instrumento de Jacob do Bandolim. © Divulgação
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O multi-instrumentista brasileiro Rosivaldo Cordeiro lançou em 2010 o primeiro volume dessa homenagem. "Na época, logo após a criação do grupo jacobiano, que fiz em homenagem à Jacob do Bandolim, em 2004, descobri na minha pesquisa que havia essa lenda de que eles não se davam bem, que havia essa rixa. Isso me deu a ideia de fazer um Jacob vs. Waldir, mas não por causa da rixa, mas para o ouvinte poder ter, frente a frente, as duas obras, numa espécie de comparativo, de aproximação entre as riquezas e as peculiaridades de cada mestre", conta Cordeiro.

O diferencial da segunda homenagem é o contexto em que ela se produziu: a pandemia. "Estive no Brasil durante três meses, de junho a setembro, para ver a família, e quando voltei para a França, nós entramos no segundo confinamento. Confesso que isso me tocou bastante. Decidi tirar do computador todos os projetos inacabados. Neste momento, me deparei com esse álbum, gravado durante uma sessão no meu estúdio em que gravei todas as bases para um segundo volume entre Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo", lembra o músico.

O segundo volume da homenagem de Rosivaldo Cordeiro a Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo.
O segundo volume da homenagem de Rosivaldo Cordeiro a Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo. © Divulgação

"Toda a percussão estava pronta, mas as cordas não tinham aquela qualidade de gravação profissional. Então tirei esse material, revisei e saí cobrindo eu mesmo. Como estava confinado, sem outros músicos, foi um desafio para mim", diz Rosivaldo Cordeiro.

"Foi uma forma de homenagear esses mestres, mas também de poder levar mais amor e carinho a tanta dor vivida [pelas pessoas] neste ano, esse ano tão estranho para todos nós no mundo", afirma.

"Este disco cumpre essa meta e traz músicas desconhecidas até do universo desses dois mestres, assim como clássicos como Doce de Coco e Vibrações", relata. Para Cordeiro, revisitar o choro em 2020 traz uma "responsabilidade muito grande, ainda mais para nós radicados na França", acredita. "Poder desenvolver essa cultura genuinamente brasileira aqui, que ainda é vista de uma forma muito lúdica, leve, porque o choro na Europa e na França é desenvolvido como lazer. Não se tem a coisa profissional como nós brasileiros, com tantas escolas de choro, um verdadeiro universo profissional que gira em torno do choro, com muitos artistas e muitos grupos", conclui.

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